
"Em relação às ações de combate ao terrorismo, as Forças de Defesa e Segurança, em coordenação com as forças da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e do Ruanda, registam progressos que estão a permitir o retorno da população às zonas de origem, assim como a normalização gradual da vida nas zonas afetadas", declarou Maleiane.
Aquele governante falava na Assembleia da República, no discurso introdutório da sessão de perguntas ao Governo sobre o combate ao terrorismo no país.
Maleiane disse perante os deputados que 1.569 funcionários do Estado regressaram à atividade permitindo a reposição de serviços da administração pública em vários distritos.
Foram reparadas linhas de energia elétrica de média tensão em subestações destruídas pelos insurgentes e restabelecido parcialmente o fornecimento de eletricidade nos seis distritos mais atingidos pela violência armada, prosseguiu.
O primeiro-ministro moçambicano apontou igualmente a reposição de pontes e estradas, bem como a distribuição de equipamento de produção agrícola, como provas de que a segurança foi restabelecida nas áreas antes flageladas pela ação de grupos armados.
Apesar da libertação da zona dos projetos de gás, Maleiane não se referiu a novas vagas de ataques no sul da província e em Nampula, desde junho, provocando várias mortes, novas vagas de deslocados e interrupções no funcionamento de minas de grafite e rubis.
A invasão de aldeias tem prevalecido também nos distritos de Macomia e Muidumbe.
A província de Cabo Delgado é palco de uma insurgência armada desde 2017 com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A violência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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