"Atravessamos todos momentos muito difíceis e ele esteve sempre na vanguarda, no sentido de motivar, de estimular e também passar mensagens positivas para o país nas fases de crise, quer relativamente à seca quer à atual pandemia", afirmou Correia e Silva.

O chefe do Governo falava à imprensa, na cidade da Praia, após aquele que foi o último encontro semanal com Jorge Carlos Fonseca, antes de este terminar funções como chefe de Estado cabo-verdiano.

Para o primeiro-ministro do Movimento para a Democracia (MpD), Jorge Carlos Fonseca, da mesma ala partidária e que teve apoio do partido, marcou a sua presidência por um "elevado nível de desempenho", tendo sido ainda um "bom parceiro" do Governo e um chede de Estado "presente e ativo".

Jorge Carlos Fonseca vai ser substituído no cargo pelo antigo primeiro-ministro (2001 a 2016) pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, atualmente oposição) José Maria Neves, que foi eleito no domingo, à primeira volta, com 51,7% dos votos.

O Presidente eleito deverá ser empossado no início de novembro, na Assembleia Nacional, na Praia, e vai coabitar com o Governo liderado por Ulisses Correia e Silva, suportado pelo MpD desde 2016, precisamente após o último mandato de José Maria Neves como primeiro-ministro.

Segundo os dados da Direção Geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE) e da Comissão Nacional de Eleições (CNE), José Maria Neves contabilizou 95.803 votos, com 100% das mesas apuradas, enquanto o principal opositor, Carlos Veiga, também antigo primeiro-ministro pelo MpD (1991 a 2000), voltou a falhar a eleição, pela terceira vez (2001 e 2006), garantindo 78.474 votos, equivalente a 42,4%.

Além de Neves e Veiga, os outros foram Casimiro de Pina, com 3.343 votos (1,8%), Fernando Rocha Delgado, com 2.516 votos (1,4%), Hélio Sanches arrecadou 2.119 votos (1,1%), Gilson Alves com 1.558 votos (0,8%) e Joaquim Monteiro com 1.378 votos (0,7%).

Esta foi a primeira vez que Cabo Verde registou sete candidatos oficiais a Presidente da República em eleições diretas, depois de até agora o máximo ter sido quatro, em 2001 e 2011.

Às eleições de domingo já não concorreu Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República.

José Maria Neves tornar-se-á no quinto Presidente da República de Cabo Verde desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975 - 1991) por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991 -- 2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.

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