
"Aproveito também para agradecer e reconhecer o contributo das Forças Armadas neste bom combate", começou por afirmar o chefe do Governo, durante uma visita às estruturas das Forças Armadas de Cabo Verde sediadas na cidade da Praia, começando pela Chefia do Estado-maior, na Várzea.
Na sua intervenção, Ulisses Correia e Silva destacou a "prontidão desde a primeira hora" das Forças Armadas, com a participação em várias ações, quer de fiscalização, quer de integração no Sistema Nacional de Proteção Civil, que permitiram fazer face a necessidades de proteção.
"Mas também de respostas, de tal forma que a vossa contribuição foi e tem sido muito relevante e vai continuar a ser porque ainda estamos em combate, para que possamos ultrapassar esta fase difícil da vida da Nação", salientou.
Cabo Verde tinha até quarta-feira um acumulado de 11.458 casos de covid-19 desde 19 de março, 110 óbitos, 11.103 recuperados e 240 casos ativos.
O primeiro-ministro aproveitou para reconhecer ainda todo o trabalho que as Forças Armadas têm desenvolvido e que "orgulham" Cabo Verde, em que além de proteger e defender o país contra ameaças, têm também dado a sua contribuição em outras crises no arquipélago.
"E é de reconhecer isto", sublinhou o chefe do Governo, enfatizando o "papel central" das Forças Armadas cabo-verdianas no sistema de segurança do país, facto que levou o atual Executivo a realizar "investimentos muitos fortes" para a instituição desempenhar melhor a sua missão.
Além dos recursos próprios do Orçamento de Estado, Ulisses Correia e Silva garantiu que o Governo vai continuar a fazer investimentos nas Forças Armadas, através da cooperação de Cabo Verde com vários outros países.
Um desses investimentos futuros vai ser a aquisição de dois aparelhos aéreos em melhores condições, para substituir o antigo avião Dornier da Guarda Costeira, inoperacional há quatro anos devido a uma avaria no motor, e que vai ser vendido em hasta pública.
"Porque a vigilância da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE) e das nossas costas é importantíssima, não só por uma questão de segurança, mas por uma questão também económica", referiu.
Correia e Silva garantiu igualmente a continuação de investimentos nas infraestruturas afetas às Forças Armadas cabo-verdianas, sobretudo nas casernas, criando condições para receber mais mulheres na função militar.
O primeiro-ministro garantiu ainda o apoio do Governo a um projeto apresentado pelas Forças Armadas de redução do "custo exorbitante" da energia fóssil, de mais de 15 mil euros anuais, através de energia renovável, com instalação de painéis solares e baterias nas suas unidades.
O projeto está orçado em cerca de 33 milhões de escudos (cerca de 300 mil euros) e, se implementado, vai não só pagar em quatro anos as dívidas que as Forças Armadas têm atualmente para com a empresa de energia, a Electra, de cerca de 290 mil euros, e posteriormente transferir as poupanças para outras áreas deficitárias da instituição.
"É um bom projeto, está no centro do interesse do Governo, no âmbito da transição energética, vamos trabalhar com o Ministério da Energia de forma possamos fazer com que a poupança gerada pela introdução de energias renováveis possa financiar o próprio investimento que vai ter que ser feito. Vamos assegurar isso seguramente", garantiu o primeiro-ministro.
As Forças Armadas de Cabo Verde têm atualmente um quadro de 1.803 efetivos, distribuídos entre oficiais, sargentos e praças.
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