Através dessa plataforma, os cidadãos de toda a Europa "vão poder dar a sua opinião sobre qualquer tópico que considerem importante para o futuro da UE", "apresentar as suas ideias, comentar as ideias de outros, criar e participar em eventos" para discutir o futuro da UE, precisam, em comunicado, o Parlamento Europeu, o Conselho da UE, a que Portugal preside neste semestre, e a Comissão Europeia.

"A plataforma será o núcleo central da Conferência, um local onde todos os contributos serão reunidos e partilhados" e vai ter "um mecanismo de 'feed-back' [que] irá agregar e analisar os pontos-chave levantados para que possam ser tidos em conta", além de uma lista, e um mapa, dos eventos organizados a nível local, regional, nacional e europeu.

A Conferência terá como 'hashtag' oficial #TheFutureIsYours (O futuro está nas suas mãos).

Prevista originalmente para 'arrancar' em maio de 2020 e durar dois anos, a conferência foi adiada não só devido à pandemia da covid-19, mas também a diferenças em torno do modelo de governação deste fórum, que afinal prolongar-se-á por sensivelmente um ano, até à primavera de 2022.

A decisão de lançar a plataforma a 19 de abril, ainda antes do lançamento formal da Conferência sobre o Futuro da Europa - previsto para 09 de maio, Dia da Europa, em Estrasburgo - foi aprovada hoje na segunda reunião do comité executivo, copresidido por representantes das três instituições: a secretária de Estados dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, a comissária Dubravka Suica e o eurodeputado Guy Verhofstadt.

A Conferência sobre o Futuro da Europa é presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, porque exerce até 30 de junho a presidência rotativa do Conselho da UE, pelo presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Ela visa permitir aos cidadãos participar na reformulação das políticas e instituições da UE.

Um estudo do Eurobarómetro divulgado a 09 de março, concluiu contudo que a quase totalidade dos portugueses inquiridos defende que as decisões futuras da UE devem acautelar as opiniões dos cidadãos, mas 64% disseram dispensar participar ativamente na Conferência sobre Futuro da Europa.

Segundo os resultados deste inquérito, 96% dos portugueses questionados considera que as vozes dos cidadãos devem ser mais tidas em conta nas decisões relacionadas com o futuro europeu, acima da média comunitária (92%).

Porém, quando questionados se estariam dispostos a participar pessoalmente, enquanto cidadãos, nas atividades da Conferência, 64% dos inquiridos portugueses disse que não, enquanto outros 34% manifestaram essa vontade e 2% disseram não saber.

No conjunto da UE, 51% dos cidadãos inquiridos disseram querer participar na Conferência, outros 48% rejeitaram-no e 1% disseram não saber.

MDR (ANE/ACC) // EL

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