
O próprio Pedro Nuno Santos admitiu no discurso de derrota, este domingo, que estava disponível para sair já e apesar de não ser assim tão imediata a saída, ela vai mesmo acontecer em breve, mais concretamente no próximo sábado dia 24.
A informação foi avançada pela Rádio Renascença (RR), e confirmada à SIC, lembrando que Pedro Nuno sairá de cena, precisamente, no dia em que a Comissão Nacional do PS reúne para decidir os próximos passos.
E será o presidente do PS, Carlos César, quem vai ocupar interinamente o lugar de secretário-geral do partido.
Quanto a datas, tudo indica que Carlos César proporá à Comissão Nacional a realização de eleições no final de junho ou no primeiro fim de semana de julho, adiando para depois das eleições autárquicas (que ainda não têm data) e se o novo líder concordar, o congresso.
Datas dividem socialistas
O calendário promete ser um tema quente na reunião da Comissão Nacional do PS. As datas de Carlos César são precipitadas na opinião de alguns socialistas, como é o caso de Francisco Assis, Miguel Prata Roque ou António Mendonça Mendes. Ambos manifestaram publicamente que as diretas devem acontecer depois das eleições autárquicas.
Assis sustentou, em declarações à agência Lusa, que os candidatos do PS precisam de voltar à pré-campanha que foi interrompida com as legislativas. Por esse motivo, não faz sentido que o PS esteja "agora a promover um congresso e uma eventual disputa interna no partido quando o essencial é uma concentração das atenções e dos esforços no processo autárquico".
"Até porque o PS, depois desta derrota, tem agora uma oportunidade clara de recuperar nas eleições autárquicas e isso é importante. Estas eleições que já eram importantes, neste momento são cruciais para o PS", apontou, considerando que os socialistas têm "francas condições para ganhar estas eleições".
Já Miguel Prata Roque, numa declaração enviada às redações, sugere diretas “no final de outubro”, depois das autárquicas, para “permitir a discussão democrática e plural de ideias e garantir a abertura a novas candidaturas”.
No mesmo sentido, Mendonça Mendes considera que esta “é a fase em que o PS deve fazer uma reflexão conjunta e não deve ter nenhuma precipitação em relação a decisões para o futuro” e deve concentrar-se nas eleições autárquicas.
"O PS deve discutir abertamente e devemos encontrar a melhor solução que seja a solução que salvaguarde a preparação das campanhas autárquicas", sustentou, lembrando que o partido “tem órgãos eleitos e não deve haver nenhum grau de ansiedade” sobre o futuro.
Os possíveis candidatos
Até ao momento, apenas José Luís Carneiro assumiu claramente a intenção de avançar. “Face aos resultados eleitorais e à decisão do secretário-geral do PS, entendo que os militantes socialistas devem promover uma reflexão profunda e abrir um novo ciclo que honre a história do Partido Socialista. (…) Como sempre, estarei disponível para servir o meu partido e para servir Portugal”.
Mas há outros nomes que se perfilam como Fernando Medina, Alexandra Leitão, Mariana Vieira da Silva.
[Notícia atualizada às 20:51]