
Macamo falava na quarta-feira, em Maputo, durante uma reunião com todos os órgãos sociais da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na capital do país, refere a Agência de Informação de Moçambique (AIM).
"Vim aqui para ouvir dos camaradas quais as questões importantes a serem consideradas como premissas para o nosso congresso", declarou.
Verónica Macamo, que é ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação no atual governo, avançou que o "terrorismo" na província de Cabo Delgado será um dos pontos de agenda do congresso.
"O terrorismo está agora em defensiva, isso devolve a esperança, inspira confiança no futuro, Cabo Delgado está a melhorar muito", assinalou Macamo.
Considerou que a bravura das Forças de Defesa e Segurança, com o apoio dos efetivos militares da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda, permitiu a recuperação de zonas que haviam sido ocupadas por grupos armados na província de Cabo Delgado, criando condições para o regresso das populações.
A chefe da diplomacia moçambicana apontou que o Governo está a trabalhar arduamente para a reconstrução da província.
Verónica Macamo avançou que o terrorismo será um dos temas de debate no próximo congresso da Frelimo, no âmbito de um ponto de situação sobre a paz no país.
A insegurança na região centro, protagonizada pela Junta Militar, uma dissidência armada da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, a pandemia de covid-19, corrupção e desemprego serão também tópicos dos delegados do partido.
A pobreza, falta de habitação, particularmente para os jovens, e violência doméstica também farão parte da agenda, acrescentou Verónica Macamo.
Apesar de a dirigente não ser citada sobre o assunto, o 12.º congresso antecede anos de ida às urnas: eleições locais em 2023 e gerais (provinciais, legislativas e presidenciais) em 2024, com as forças políticas a aproximarem-se do período de escolha de candidatos - sendo que o atual Presidente da República e do partido no poder, Filipe Nyusi, cumpre o segundo mandato e está constitucionalmente impedido de concorrer a um terceiro mandato.
O congresso é o órgão de decisão máximo da Frelimo e o próximo vai coincidir com o 60.º aniversário da fundação do partido.
Aquela formação política está no poder há 46 anos, desde a proclamação da independência nacional em 1975.
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