O presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, Manuel Diogo, reagia ao anúncio, na quarta-feira, do novo calendário escolar angolano que começa em setembro e termina em julho.

Manuel Diogo disse que a alteração não é novidade, porque este calendário havia sido tratado em 2019, com o contributo da associação.

"Nós éramos o único país desconectado do sistema educativo geral da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] e isto estava a complicar o gozo de férias das nossas crianças", referiu.

Para Manuel Diogo, não há nenhum constrangimento para a sua implementação, que representa antes uma grande valia, tendo em conta que as férias em Angola são bem-vindas nos meses de agosto e setembro, "por questões tradicionais".

"Este período de agosto a setembro é de frio em Angola, e há situações, como por exemplo, a circuncisão dos rapazes, que acontece nesta altura, o período considerado mais aconselhável", explicou.

Instado a comentar algumas reclamações sobre o facto de o novo calendário conferir apenas um mês de férias às crianças, Manuel Diogo disse que são 45 dias de férias, e a associação não vê motivos para contrariar esta posição.

No que se refere ao regresso às aulas, segunda-feira, depois de cinco meses de suspensão devido à covid-19, o responsável disse que se mostrou favorável à retoma do ensino presencial, com todas as precauções necessárias.

"Temos um corpo de saúde pública que vai acompanhar a situação, por isso, estamos sensibilizados a enviar os nossos filhos às escolas, com todas essas medidas, das quais temos estado a participar", salientou.

Manuel Diogo garantiu que há condições de biossegurança em todas as escolas, tendo a associação solicitado às autoridades, que as mesmas sejam permanentes.

"Não queremos que as coisas sejam só para o arranque, mas sim que seja dada continuidade", reforçou.

O dirigente associativo referiu que os pais e encarregados de educação, organizados na associação, estarão "a fiscalizar", considerando justo o ceticismo que alguns ainda mostram sobre o regresso às aulas.

"Isto é próprio, cada pai, na devida altura, vai decidir se realmente leva ou não o filho à escola, mas aconselhamos todos a mandarem os filhos para as escolas", frisou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Angola regista 185 mortos e 5.114 casos de infeção pelo novo coronavírus.

 

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