
"A presença das tropas da SADC em Cabo Delgado por mais três meses abre boas perspetivas para a consolidação da segurança", refere a organização em comunicado divulgado hoje.
O prolongamento da missão militar da SADC foi anunciado no sábado, no final da Cimeira Extraordinária da Troika do Órgão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral mais a República de Moçambique, presidida pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, realizada em Pretória, capital da África do Sul.
A Missão da SADC em Moçambique (SAMIM, sigla inglesa) chegou ao terreno em 09 de agosto para "combater atos de terrorismo e extremismo violento na Região Norte da Província de Cabo Delgado" com um mandato inicial que ia até 15 de outubro de 2021.
Para o CDD, a consolidação da segurança em Cabo Delgado vai abrir espaço para o reforço da assistência humanitária às populações afetadas pelo conflito, garantindo também a possibilidade de um retorno seguro dos deslocados e a reconstrução de infraestruturas destruídas.
Desde julho, a ofensiva das tropas governamentais com apoio externo permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas de Cabo Delgado onde havia rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
Além da SADC, as forças moçambicanas contam com o apoio cerca de mil soldados e polícias do Ruanda, no âmbito da cooperação no domínio da defesa entre os dois estados.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
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