
Luís Montenegro foi esta quinta-feira indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República e está de volta agora como líder do XXV Governo Constitucional.
À saída do Palácio de Belém, e depois de ter estado quase duas semanas em silêncio, o líder do PSD e da coligação AD falou, ao início da noite desta quinta-feira, aos jornalistas.
"O Presidente indigitou-me para formar Governo. Essa será uma tarefa a que me vou dedicar nos próximos dias. Vamos dar sequência à vontade do povo português", começou por dizer lembrando que a AD saiu "reforçada" das últimas eleições.
"O Governo vai dar sequência ao trabalho que veio realizando. Estamos absolutamente focados em dar resposta às principais preocupações dos portugueses", continuou .
Revisão Constitucional "não é prioridade"
Sobre a a revisão constitucional, Montenegro garantiu que "não é uma prioridade do Governo" e indicou não estar disponível para discutir alterações nesta fase, admitindo fazê-lo "lá mais para a frente".
"Nós temos como prioridades o crescimento da economia, o reforço dos rendimentos dos portugueses, o reforço da capacidade na área da saúde, da habitação, da educação, da segurança. Lá mais para a frente poderemos discutir esse assunto, não o vamos fazer nos próximos tempos, e portanto, nós não estamos disponíveis para alimentar essa discussão nesta fase", indicou.
"Vamos continuar a transformar o SNS, a dar qualidade à escola pública, a executar o nosso plano de investimento público na Habitação, a dar regulação e dignidade na imigração, a reforçar o policiamento de proximidade e sentimento de segurança dos portugueses e a apostar numa política fiscal que possa ser um dos fatores de retenção dos mais jovens", acrescentou.
Montenegro recusa acordos com outros partidos
Durante as declarações aos jornalistas, Luís Montenegro escusou-se a apontar um parceiro preferencial para a legislatura, dizendo ter "uma maioria robusta" e contar com "a responsabilidade de todos".
"Nós não vamos celebrar nenhum acordo permanente de governação nem de incidência parlamentar com nenhuma força política, vamos dialogar com todas as forças políticas na procura das melhores soluções legislativas e governativas para responder às necessidades das portuguesas e dos portugueses e contamos com todos, como é natural", afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas se terá um parceiro preferencial de negociações entre o PS e o Chega, respondeu: "Eu sempre disse que o nosso parceiro são os portugueses e as portuguesas".
"Evidentemente que eu sei quais são aqueles que se apresentam à partida com maior capacidade de poder denotar maturidade política, responsabilidade política, mas todos têm condições para poder ajudar o país, Portugal, as portuguesas e os portugueses a terem mais bem-estar, mais qualidade de vida e não excluímos ninguém nesse trabalho", disse ainda.
Novo Governo terá "muitos elementos" do anterior
Quanto ao novo Governo, Luís Montenegro diz que vai ser formado a "pensar nos próximos quatro anos", contudo garante que "há muitos elementos que transitam do Governo anterior".
"Nós vamos formar um Governo que será necessariamente novo porque vai iniciar funções, é uma legislatura nova que se vai projetar no seu trabalho para os próximos quatro anos. Vai com certeza ser constituído por muitos elementos que transitam do Governo anterior, mas é um Governo com renovada energia", prometeu.
Questionado se já há calendário para a apresentação do novo elenco governativo e para a tomada de posse respondeu negativamente: "Ainda não há calendário".