
Um nome que até há poucas semanas era praticamente desconhecido e que agora está nas bocas de milhões de aficionados do ténis: Loïs Boisson continua a encantar e a surpreender nos courts de Roland Garros. Esta quarta-feira, garantiu o apuramento para as meias-finais do segundo torneio do Grand Slam da temporada, depois de derrotar a russa Mirra Andreeva.
A fazer a estreia em quadros principais de torneios major, Boisson ocupa o lugar 361 do ranking WTA. Assegurou presença em Roland Garros via wild card, um convite atribuído pela organização.
À conquista de Paris
A caminhada triunfal na terra batida da capital francesa começou com estrondo: em pouco mais de duas horas, Boisson logrou a proeza de eliminar a belga Elise Mertens, 24.ª classificada do ranking WTA, em três sets (6-4, 4-6 e 6-3). Seguiram-se a ucraniana Anhelina Kalinina (2-0) e a compatriota Elsa Jacquemot (2-1), ambas classificadas acima do top 150 do ranking mundial.
Nos oitavos de final, Boisson voltou a deixar o universo do ténis boquiaberto, ao afastar a norte-americana Jessica Pegula, número três (!) do mundo, em três partidas (3-6, 6-4 e 6-4).
Esta quarta-feira foi a vez da russa Mirra Andreeva, sexta classificada, cair aos pés de Boisson em apenas dois sets (7-6 e 6-3), ao fim de duas horas e oito minutos, tornando-se a primeira tenista convidada a alcançar as meias-finais do icónico torneio gaulês.
Depois de ter falhado a estreia na edição de 2024 devido a uma rotura de ligamentos de um joelho, que a afastou da competição durante nove meses, Lois Boisson é, um ano depois, a primeira francesa a chegar às meias-finais em Roland Garros desde 2011. A última a lográ-lo foi a antiga número sete do mundo, Marion Bartoli.
Recordes atrás de recordes
Boisson entrou no torneio como a 24.ª francesa do ranking mundial, mas deve terminar já como número um, tendo, para já, garantida a ascensão, pelo menos, ao 65.º lugar. Tudo isto no ano em que se estreou em torneios WTA.
Os recordes não terminam aqui: Loïs Boisson tornou-se ainda a mais jovem francesa nas meias-finais de majors desde Amélie Mauresmo - antiga líder do ranking mundial e atual diretora de Roland Garros - em Wimbledon (1999). É também a primeira a vencer mais do que uma oponente do top 10 mundial na estreia em quadros principais de torneios major desde 1989, quando Mónica Seles fez o mesmo em Paris.
A jovem gaulesa conseguiu ainda replicar os feitos de Seles e Jennifer Capriati, ao ser a terceira tenista a chegar às meias-finais na estreia num major, depois de as duas norte-americanas o terem conseguido em 1989 e 1990, respetivamente, igualmente em Paris.
Na meia-final, a francesa vai defrontar, esta quinta-feira, a norte-americana Coco Gauff, número dois do mundo.
O sonho continua vivo e, independentemente do que o futuro lhe reserve, Lois Boisson, à semelhança de Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, terá sempre Paris.
Com Lusa