No comunicado, a PGR refere ter tomado conhecimento da existência do vídeo no passado dia 06, "mostrando cenas macabras, retratando um caso de justiça privada" em Luanda.

As duas mulheres acusadas de terem roubado uma garrafa de champanhe e um sabonete, para posterior venda, surgem no filme a serem espancadas por vários homens e mulheres, armados com uma catana, bastões e mangueiras, deixando as vítimas em estado de exaustão e desfalecimento.

Os agressores, cujas caras são facilmente identificáveis, riem-se e gritam enquanto alguns filmam com telemóveis ou câmaras portáteis o que se está a passar.

O vídeo foi colocado há dois dias nas redes sociais e teve já mais de 8 mil visualizações no canal do semanário privado angolano Folha 8 no Youtube.

Na sequência de uma busca autorizada judicialmente, o Ministério Público apreendeu no da 07, no local, os instrumentos de tortura que surgem no vídeo.

A PGR anuncia ainda ter interpelado algumas pessoas presentes no local onde ocorreram os espancamentos.

Também em comunicado enviado hoje à Lusa, o Grupo de Mulheres Parlamentares angolanas exige a condenação dos autores do crime.

No comunicado enviado à Lusa, assinado por Cândida Celeste da Silva, deputada do partido no poder, MPLA, e antiga ministra da Família e Promoção da Mulher, o Grupo das Mulheres Parlamentares felicita os cidadãos que denunciaram o crime, considerando-o um atentado aos Direitos Humanos.

EL // PJA

Lusa/Fim