Novos bombardeamentos do exército de Israel mataram pelo menos 38 palestinianos mortos esta madrugada no centro da Faixa de Gaza e na Cidade de Gaza, avançou a emissora Al Jazeera, citando fontes médicas.

A televisão do Catar disse que 15 pessoas morreram no bombardeamento de um posto de abastecimento de combustível no campo de refugiados de Nuseirat e deu conta de mais 12 mortos noutro ataque contra Deir al-Balah.

A agência de notícias Sanad, ligada ao movimento islamita palestiniano Hamas, avançou o mesmo balanço, acrescentando que o ataque em Deir al-Balah matou vários membros da mesma família.

A Al Jazeera referiu ainda uma dezena de mortos num bombardeamento a uma antiga escola na Cidade de Gaza, que se tinha tornado um abrigo para deslocados do enclave.

Israel intensificou a ofensiva militar, matando pelo menos 84 palestinianos na segunda-feira e 136 no domingo, em ataques contra residentes da Faixa de Gaza.

Na segunda-feira, o exército israelita ordenou a evacuação de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, e bombardeou o depósito de mantimentos do Hospital Nasser, um dos poucos hospitais ainda parcialmente operacionais.

O número de mortos desde que Israel iniciou a guerra em Gaza, em outubro de 2023, sem incluir as mortes de hoje, atingiu 53.475, e quase 121.400 ficaram feridos, muitos com amputações e ferimentos com risco de vida.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu na segunda-feira que Israel vai tomar o controlo de "todo o território" da Faixa de Gaza.

Netanyahu já tinha anunciado há uma semana que o exército ia entrar em Gaza "com toda a força para completar a operação e derrotar" o Hamas.

A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Netanyahu anunciou, também na segunda-feira, que ia permitir o acesso à Faixa de Gaza de camiões de transporte de comida para bebés.

Nove veículos da ONU receberam autorização, anunciou o chefe humanitário das Nações Unidas, Tom Fletcher, considerando que se trata de uma "gota de água no oceano" após 11 semanas de bloqueio.

Horas depois, 22 países, incluindo Portugal, França, Alemanha e Reino Unido, exigiram que Israel "retome imediatamente a ajuda total à Faixa de Gaza" e que esta seja conduzida pela ONU e por organizações não-governamentais.

A ONU e as organizações humanitárias "não podem apoiar" o novo modelo de entrega de ajuda ao território palestiniano decidido pelo Governo israelita, defenderam as diplomacias dos 22 países na declaração conjunta divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.