"Há projetos perigosos para a escola. Eu relembro que, por exemplo, a Iniciativa Liberal tem no seu programa a redução de funcionários administrativos para poupar 1500 milhões de euros. Se fizermos as contas isso quer dizer que tinham que sair todos os funcionários administrativos do Estado. Todos. Não sobrava um", criticou Mariana Mortágua.

A líder bloquista falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa de campanha para as legislativas de dia 18 na Escola Básica Nuno Gonçalves, na freguesia da Penha de França, em Lisboa, altura em que foi questionada sobre se a considera que a IL é uma ameaça para a escola pública.

"Óbvio que é. A IL e a direita. Há uma enorme vontade de atacar tudo aquilo que não foi mercantilizado, tudo aquilo que não foi posto na esfera do mercado", alertou a bloquista, que considerou que o projeto da direita é "terminar de privatizar" serviços públicos como a educação, a saúde e a Segurança Social.

Mortágua argumentou que é por isso que existem propostas como a do cheque-ensino e rejeitou a "liberdade de ter escolas para ricos e escolas para pobres".

"Não queremos a liberdade de ter ensino de elite para quem pode pagar e um ensino para todos os outros. Nós sabemos como é que isso funciona noutros países. Faz da escola um reprodutor de desigualdades e nós queremos que a escola seja um reprodutor ou um produtor de igualdade. E o projeto da direita é outro, é um projeto de divisão e de desigualdade", acusou.

A cabeça-de-lista do BE por Lisboa visitou hoje a Escola Básica Nuno Gonçalves, que vai albergar em monoblocos, no parque de estacionamento, cerca de 88 alunos deslocados de uma outra escola do mesmo agrupamento (Escola Básica Natália Correia), obrigados a sair daquele local na sequência de fissuras no edifício provocadas por uma obra vizinha.

 

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