"Estou profundamente chocado com esta terrível notícia. Perdi um grande, grande, amigo, uma pessoa que, além de todas as qualidades políticas que se lhe reconhecem, quer por companheiros quer por adversários, era um admirável ser humano, uma pessoa que era intensa em tudo o que fazia", sublinhou em declarações à agência Lusa.

"Genuíno, autêntico, convicto, mas ao mesmo tempo uma pessoa de uma enorme afabilidade pessoal e que deu o melhor de si próprio ao Partido Socialista e à causa pública nos vários cargos que desempenhou. Esta notícia deixou-me completamente devastado", considerou Vitorino.

O antigo comissário europeu, ministro e deputado socialista, atualmente na liderança da OIM, adiantou à Lusa conhecer Jorge Coelho há quase 40 anos e salientou que a morte do também antigo ministro nos governos de António Guterres o deixa "muito mal".

"Meu Deus, conhecíamo-nos há mais de 30 anos, desde o início dos anos 1980, quase há 40 anos. [A morte de Jorge Coelho] Deixa-me muito mal. Guardo já uma enorme saudade dele. Não consigo ser mais eloquente neste momento, estou devastado", concluiu Vitorino emocionado.

Jorge Coelho, natural de Mangualde, no distrito de Viseu, morreu hoje, aos 66 anos, disse à Lusa fonte do PS.

A partir de 1992, com António Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas de 1995.

Nos governos do PS chefiados por Guterres, foi ministro Adjunto, da Administração Interna, da Presidência e do Equipamento Social.

Quando a Ponte Hintze Ribeiro, sobre o rio Douro, colapsou na noite de 04 de março de 2001, provocando a morte de 59 pessoas, Jorge Coelho, então ministro do Equipamento, demitiu-se de imediato, afirmando que "a culpa não pode morrer solteira".

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