"Infelizmente temos estado a registar um aumento do número de casos novos [de lepra] por ano e neste momento a média anual de casos é de 2.200", disse Francisco Guilengue, diretor do Programa Nacional de Combate a Lepra no Ministério da Saúde, citado hoje pela Televisão de Moçambique.

O responsável falava na terça-feira em Nampula, no norte do país, durante a cerimónia de lançamento de um estudo sobre Profilaxia Pós-Exposição à Lepra que visa analisar a eficácia de tratamentos dados nas unidades sanitárias.

A pesquisa vai ser implementada até 2023 nos distritos de Mogovolas, Meconta e Murrupula, três dos mais afetados pela doença em Nampula, devendo abranger cerca de 300 pessoas, doentes e contactos próximos, desde familiares à comunidade.

Segundo o Ministério da Saúde, da média anual de novos casos de lepra em Moçambique, entre 10% a 12% são diagnosticados com deformidades de segundo grau, isto é, "já apresentam mutilações dos dedos".

"Os pacientes chegam à unidade sanitária e já não tem dedos das mãos e dos pés", referiu a fonte.

Moçambique foi declarado livre da doença em 2008 com uma taxa de menos de um caso por cada 10 mil habitantes, critério usado para que se declare a eliminação da lepra.

No entanto, já depois da erradicação, foram detetados 20 distritos endémicos (sobretudo no norte e centro), do total de 154 que compõem as 11 províncias, segundos os últimos dados.

A lepra é uma doença infeciosa transmitida por uma bactéria através da saliva e que afeta a pele e os nervos, levando à perda de sensibilidade e deformação de diferentes partes do corpo humano.

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