
"Nos primeiros cinco meses deste ano distribuímos medicamentos e produtos médicos em cerca de 9,4 mil milhões de meticais [129,6 milhões de euros] para as principais doenças do nosso país, nomeadamente doenças diarreicas, doenças respiratórias, hipertensão arterial, diabetes, tuberculose, malária, entre outros", disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, durante o período em que o Governo responde, na Assembleia da República, a perguntas dos deputados.
O governante voltou a admitir "desafios" para travar o roubo de medicamentos no país, mas adiantou que só este ano o Ministério da Saúde já expulsou cinco funcionários envolvidos no desvio dos fármacos.
"O país tem 'stock' suficiente de medicamentos essenciais para os próximos seis meses. Mas, entretanto, registamos alguns medicamentos com restrições. Como se recordam, o país sofreu vandalizações de sistema de abastecimentos. E muitos medicamentos perdemos", disse Ussene Isse.
"Algumas restrições para medicamentos do sistema cardiovascular, do sistema nervoso e alguns anestésicos, mas devo dizer que o 'stock' será reposto nos próximos meses de junho e julho", acrescentou.
O Governo moçambicano vai introduzir um sistema eletrónico para o controlo de medicamentos do sistema nacional da saúde para travar roubos e prometeu expulsar os profissionais do setor que forem encontrados a roubá-los, foi avançado em 11 de maio.
"Devo aqui garantir publicamente, para a questão do roubo de medicamentos na saúde, [que] não haverá contemplações, tolerância zero. Aqueles que forem encontrados a roubar medicamentos e que são funcionários do Ministério da Saúde não terão espaço para trabalhar no sistema nacional de saúde. Tolerância zero, é para expulsar mesmo, não há negociação possível", prometeu então o ministro da Saúde.
Ussene Isse garantiu que vai avançar com um sistema eletrónico para o rastreamento de medicamentos do sistema nacional de saúde, cuja intenção é travar os constantes relatos de casos de roubo de fármacos e outros equipamentos médicos.
"Significa que os medicamentos que vão entrar daqui para frente em Moçambique terão um selo e este selo, ao ser violado, está conectado a um sistema eletrónico, quer dizer que a digitalização vai trazer revolução nos setor e vai-nos ajudar a controlar e a saber onde o medicamento está a ser vendido ou comercializado", explicou Ussene Isse.
Em março, seis pessoas, quatro das quais funcionários de centros de saúde, foram detidas na cidade da Beira, centro do país, por alegada tentativa de contrabando de medicamentos para a vizinha República do Zimbabué.
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