
Numa nota divulgada ao início da manhã de hoje pelo ainda governante, que participou ativamente na campanha eleitoral para as presidenciais cabo-verdianas no apoio a Carlos Veiga (primeiro-ministro de 1991 a 2000) e derrotado na votação de 17 de outubro, Paulo Veiga afirma que a decisão é irreversível, mas sem adiantar mais pormenores.
"Porque acredito que a nobreza da política reside na assunção individual de responsabilidades a cada momento, em coerência com a minha consciência política, solicitei minha exoneração com a pretensão de tirar todas as consequências políticas e poder continuar a servir o meu país com a máxima dignidade e sentido de Estado, enquanto deputado nacional, numa altura tão crítica da vida do país", lê-se na mensagem.
Alguma imprensa local cabo-verdiana tem referido nas últimas horas que Paulo Veiga se mostrou descontente com o apoio do Governo e do Movimento para a Democracia (MpD, maioria) à candidatura presidencial de Carlos Veiga, antigo presidente do MpD, que viu o antigo primeiro-ministro (2001 a 2016) José Maria Neves ser eleito logo à primeira volta o quinto Presidente da República de Cabo Verde.
Contudo, na mesma mensagem, Paulo Veiga nada esclarece, referindo apenas que assumirá o cargo de deputado, para o qual foi eleito pelo MpD nas legislativas realizadas em abril deste ano.
"Este é o cargo para o qual fui eleito diretamente pelo povo e para o qual, penso, continuo a ter condições políticas para exercer até ao final do mandato", acrescenta a mensagem.
Paulo Veiga assume tratar-se de uma "decisão irreversível", que "seguirá agora os trâmites formais".
"Agradeço, reconhecido, a honra e o privilégio de ter participado no Governo, servindo Cabo Verde e os cabo-verdianos. Trabalhei com seriedade e comprometimento, convicto de que alcançamos resultados importantes, num contexto de grandes dificuldades", descreve ainda Paulo Veiga, que liderava o único ministério até agora descentralizado, fora de cidade da Praia, neste caso no Mindelo, ilha de São Vicente.
"Assegurarei a transição de pasta, para que todos os processos em curso possam ser acolhidos tranquilamente pela futura tutela. Continuarei, sempre, a trabalhar por Cabo Verde", remata.
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