"Eu tenho, por lado, um apelo a fazer aos portugueses, que é: percebam a importância destas eleições. A economia mundial está mais complicada, a Europa está complicada, os próximos tempos são complicados", disse o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, em Beja.

À margem da visita surpresa que efetuou hoje à tarde a este certame agropecuário que termina no domingo, em Beja, Marcelo Rebelo de Sousa, na véspera do arranque da campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio, aproveitou para apelar ao voto dos portugueses.

"O fim das guerras demora algum tempo, as consequências económicas chegam cá" e os portugueses têm que "ter a noção, além do mais, [que] durante um ano não há dissolução".

Portanto, "o que sair destas eleições é para ficar até ao verão do ano que vem", lembrou o Presidente da República, avisando: "Pensem bem nisso e votem".

Os eleitores, de acordo com o chefe de Estado, não devem ter "aquela atitude muito simples" de que as eleições "não são importantes, há tantas eleições, mais uma, menos uma", e que, por isso, não vão votar.

Evocando as eleições, no pós-25 de Abril, para a assembleia constituinte, em 1975, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, nessa altura, já "era muito operacional, responsável partidário e candidato e constituinte".

"E porque é que houve 90 e tal por cento de votantes? Porque as pessoas perceberam que a escolha era entre eleições ou revolução", disse.

E, dentro das eleições, continuou, "era uma oportunidade única para, perante projetos muito diferentes, muito mais diferentes do que agora, as pessoas poderem decidir".

"Agora não é tão dramático como era", porque Portugal tem "uma democracia estabilizada, mas o mundo, nesta altura, está muito complicado e a situação económica está muito complicada em toda a parte", argumentou.

Segundo Marcelo, "as pessoas desinteressarem-se" e acham que não vale a pena votar: "Outras hão de votar por mim".

Mas é precisamente o contrário, alertou, porque, "agora, faz mais sentido votarem do que noutras eleições" realizadas "em momentos mais calmos no mundo, na Europa e em Portugal".

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