"Se o Presidente Trump quer realmente fechar um acordo, deve pôr de lado o seu tom desrespeitoso e inaceitável em relação ao Líder Supremo do Irão, o Grande Ayatollah Khamenei, e parar de ferir os seus milhões de apoiantes sinceros", destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, na sua conta na rede social X.
"O grande e poderoso povo iraniano, que mostrou ao mundo que o regime israelita NÃO TEM ESCOLHA senão correr para o 'Papá' para evitar ser aniquilado pelos nossos mísseis, não aprecia ameaças e insultos", sublinhou ainda o ministro iraniano.
"A boa vontade gera boa vontade, e o respeito gera respeito", acrescentou.
Numa longa e extraordinariamente virulenta mensagem na sua rede social, a Truth Social, o Presidente norte-americano criticou Teerão por reivindicar a vitória na guerra de 12 dias contra Israel e anunciou que estava a pôr fim a todos os esforços para levantar as sanções contra Teerão.
Donald Trump escreveu que salvou o 'ayatollah' de "uma morte horrível e ignominiosa" acrescentando: "Eu sabia exatamente onde ele estava escondido e não estava disposto a deixar Israel ou as Forças Armadas norte-americanas, de longe as mais poderosas e maiores do mundo, acabarem com a sua vida".
O Presidente norte-americano reafirmou também, aos jornalistas na Casa Branca, que os Estados Unidos estarão "sem dúvida" prontos para voltar a bombardear o Irão se a República Islâmica procurar adquirir armas nucleares.
Em reação às palavras na quinta-feira de Ali Khamenei, que reivindicou vitória sobre Israel e afirmou que o Irão tinha dado "uma bofetada retumbante" nos Estados Unidos, Trump acusou-o de ingratidão.
Após quase duas semanas de ataques cruzados nos respetivos territórios, a que se juntou um bombardeamento dos Estados Unidos no domingo contra instalações nucleares iranianas, Irão e Israel concordaram com um cessar-fogo, que entrou em vigo na terça-feira.
Trump voltou a referir-se na sexta-feira a uma alegada proposta de Teerão sobre o reatamento do diálogo com Washington sobre o seu programa nuclear.
"O Irão quer uma reunião. Como sabem, as suas instalações foram destruídas, as suas instalações nucleares muito maléficas", referiu Donald Trump, sem adiantar pormenores.
Donald Trump escreveu ainda na sua rede social que já não ponderava suspender as sanções contra o Irão, o que teria dado "ao país uma hipótese muito maior de uma recuperação completa, rápida e completa".
A sexta ronda de negociações sobre o programa nuclear iraniano, agendada para 15 de junho, com mediação de Omã, foi cancelada devido à guerra desencadeada dois dias antes por ataques israelitas ao Irão, sob a justificação da criação de uma arma nuclear, o que é refutado pela República Islâmica.
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