
Segundo fonte da CNE contactada hoje pela Lusa, vão estar no terreno 30 observadores da União Africana, numa missão liderada pelo diplomata e antigo ministro angolano Ismael Gaspar Martins, e 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Nestas eleições, para escolher o quinto Presidente da República de Cabo Verde, não participam observadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas segundo a CNE há três observadores da Embaixada dos Estados Unidos da América na Praia acreditados para acompanhar este ato eleitoral.
Segundo informação anterior da UA, a missão daquela organização internacional africana é composta por representantes permanentes, funcionários de órgãos de gestão eleitoral, membros da sociedade civil, especialistas em género e em direitos humanos, bem como representantes de organizações juvenis.
Ainda segundo a UA, essa missão inclui representantes de 20 países africanos, entre os quais Angola, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
A missão de observação prevê reuniões com autoridades locais durante este período e os seus membros serão distribuídos pelas nove ilhas habitadas a partir de hoje.
Após o período eleitoral, a missão da UA liderada pelo angolano Ismael Gaspar Martins (ministro com diferentes pastas no Governo angolano desde 1975) prevê apresentar publicamente as suas conclusões e recomendações preliminares em 19 de outubro, ainda na Praia.
Cabo Verde realiza eleições presidenciais no domingo, das 07:00 locais às 18:00 (mais duas horas em Lisboa), às quais já não concorre Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República. Caso nenhum candidato consiga a maioria dos votos no domingo, a segunda volta, com os dois mais votados, está agendada para 31 de outubro.
O Tribunal Constitucional admitiu as candidaturas a estas eleições -- para as quais estão recenseados quase 400 mil eleitores - de José Maria Pereira Neves, Carlos Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson Alves, Hélio Sanches, Joaquim Jaime Monteiro e Casimiro de Pina.
Esta é a primeira vez que Cabo Verde regista sete candidatos oficiais a Presidente da República em eleições diretas, depois de até agora o máximo ter sido quatro, em 2001 e 2011.
De acordo com a Constituição de Cabo Verde, o Presidente da República é eleito por sufrágio universal e direto pelos cidadãos eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro.
Só pode ser eleito Presidente da República o cidadão "cabo-verdiano de origem, que não possua outra nacionalidade", maior de 35 anos à data da candidatura e que, nos três anos "imediatamente anteriores àquela data tenha tido residência permanente no território nacional".
Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975 - 1991) e por eleição indireta, seguido do também já defunto António Mascarenhas Monteiro (1991 -- 2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.
As anteriores presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 02 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).
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