
O Partido Socialista da Madeira remeteu, esta tarde, um comunicado à imprensa, em que denunciou os chumbos da maioria PSD/CDS às suas propostas, mais ainda "depois de uma semana em que, se não fossem as propostas apresentadas pelo Grupo Parlamentar do PS, a Assembleia Legislativa da Madeira fechava (já que além das iniciativas políticas do PS só houve uma proposta de um outro partido e a apreciação de votos)".
Ao fim de três dias de trabalhos parlamentares, os partidos que sustentam o Executivo chumbaram os projetos de resolução do PS a recomendar a realização de uma auditoria externa e independente às listas de espera e aos tempos médios de resposta reportados do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, bem como a definição das condições necessárias à atribuição dos benefícios adicionais de saúde para os beneficiários do complemento solidário para idosos. Igualmente recusadas foram as propostas para o aprofundamento do estudo da pobreza, para a realização de um estudo de caraterização da saúde mental, para a criação do Programa Regional de Prevenção da Violência Digital e Sexual nas Escolas da Região e para a adoção de critérios de seleção e aquisição de produtos agrícolas e agroalimentares, promovendo o consumo sustentável de produção regional nas cantinas e refeitórios públicos. PS
Na nota, remetida após a sessão plenária desta quinta-feira, Paulo Cafôfo, explicou que em causa estavam iniciativas que permitiriam obter informações mais fidedignas e transparentes sobre a realidade em várias áreas, como as listas de espera na saúde, os tempos máximos de resposta garantidos, o diagnóstico da saúde mental, a pobreza na Região ou ainda a violência nas escolas. Desse modo, explica, seria possível avaliar qual o verdadeiro impacto das medidas que têm sido implementadas e, acima de tudo, traçar as estratégias adequadas para dar as melhores respostas aos cidadãos.
“Só tendo um diagnóstico e os problemas bem identificados é que é possível avançarmos para a sua resolução, mas este Governo age em sentido contrário, enterra a cabeça na areia e tenta esconder e desvalorizar a realidade”, lamenta o líder parlamentar do PS.
Perante os dados que indicam que a Madeira continua nos piores lugares do País em termos de risco de pobreza e exclusão social, com crescentes listas de espera na saúde, com idosos que têm de escolher entre o supermercado e a farmácia e quando as questões da saúde mental e da violência assumem contornos preocupantes, Paulo Cafôfo condena que o PSD e o CDS chumbem estes projetos que visam o escrutínio, porque sabem que, se as situações forem colocadas a descoberto, o Governo terá de ter soluções efetivas, em vez dos “pensos rápidos que nada resolvem”.
O líder socialista não deixa ainda de condenar a arrogância dos partidos que suportam o Governo, que, socorrendo-se da maioria absoluta que detêm no Parlamento, tudo farão para travar as iniciativas de outros partidos que seriam fundamentais para melhorar a via dos madeirenses. “Estamos perante uma intransigência que deixa a descoberto um Governo que relegará os problemas das pessoas para segundo plano, pondo à frente os interesses partidários do PSD e do CDS”, remata.