
Segundo os dados divulgados no "site" do Ministério do Interior francês, com 97% votos contados, a aliança de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES), liderada por Jean-Luc Mélenchon -- que junta forças como a França Insubmissa, os socialistas, ecologistas e comunistas --, terá 131 deputados, tornando-se no primeiro grupo da oposição no Parlamento.
"O sucesso eleitoral da aliança de esquerda deve agora ser a base para a construção de uma maioria social e política que trabalhe, já a partir de amanhã [hoje], para uma maioria progressista e ecologista para França", disse o Livre, num comunicado.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta no parlamento, em eleições que também demonstraram uma forte subida da extrema-direita.
Os resultados significam um importante revés para o Presidente francês, que será forçado a procurar alianças para aplicar o seu programa de reformas nos próximos cinco anos.
A coligação Ensemble! (Juntos!, em português) do Presidente ficou em primeiro lugar, com 7.821.659 votos (38,33%), elegendo 234 deputados eleitos, muito longe da maioria absoluta de 289 deputados (num total de 557) na Assembleia nacional.
Com 3.589.460 votos (17,59%), a União Nacional, de Marine Le Pen, obtém 89 deputados, uma progressão significativa se comparado com os resultados que tinha obtido nas últimas eleições legislativas, em 2017, quando tinha elegido oito deputados.
O Livre acusou a coligação presidencial de contribuir para "a normalização do discurso nacionalista, anti-europeísta e polarizador da extrema-direita", ao estabelecer comparações entre a União Nacional e a NUPES.
"Em vez de defender o voto nas forças plurais e democráticas, o bloco presidencial foi ambíguo no que toca ao voto da segunda volta das eleições. Alguns responsáveis foram mesmo mais longe e apelaram ao voto contra a esquerda", lamentou o Livre.
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