
Segundo o portal Citius, já estão agendadas, para o Campus de Justiça, duas sessões do julgamento, a segunda das quais para o dia 19 de junho.
Neste processo, o Ministério Público acusou 12 pessoas pelo furto das armas da PSP, cujos crimes foram cometidos entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017.
Na acusação, o MP considera que o agente da PSP Luis Gaiba aproveitou o deficiente controlo do armeiro, do qual foi responsável, para furtar as armas, avaliadas em cerca de 20 mil euros.
Luís Gaiba está acusado de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e peculato.
Segundo o MP, Luís Gaiba percebeu que o controlo das armas se encontrava fragilizado, que o seu registo não era atualizado e que, devido à dispersão das chaves de acesso às instalações, não havia qualquer tipo de registo de acesso ao local.
As falhas de supervisão e controlo foram aproveitadas pelo arguido para furtar as armas e vendê-las em circuitos paralelos de tráfico de armas e droga.
Contudo, o agente, na tentativa de que as suspeitas do desaparecimento das armas não recaíssem sobre si, denunciou as fragilidades do armeiro à direção nacional da PSP e acedeu à base de dados para saber quais as armas de fogo que não estavam distribuídas a outros polícias.
Posteriormente, indica a acusação, iniciou contactos com um grupo de pessoas que pudessem colocar as armas no circuito ilícito de vendas de armas.
Luis Gaiba, juntamente com a sua mulher, António Laranginha e João Paulino, estes dois também arguidos no processo de furto de armamento militar dois paióis de Tancos, formaram um grupo, ao qual também pertenciam Mário Cardoso, Armando Barros e Manuel Neves.
O grupo, ainda segundo a acusação, vendeu as armas a um conjunto de pessoas que estavam acusadas de tráfico de droga em Portugal, Espanha e Reino Unido e em cujos processos foi possível apreender algumas das pistolas.
Este caso remonta a janeiro de 2017, quando foi detetado o desaparecimento de armas Glock e respetivos estojos, dois carregadores e os ´kits´ de limpeza, após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto.
Na altura, o Ministério da Administração Interna pediu uma auditoria na Inspeção-Geral da Administração para que fossem harmonizados os mecanismos de controlo de segurança do armazenamento de armas e munições das forças de segurança.
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Lusa/fim