A decisão governamental, tomada durante uma reunião realizada por videoconferência por causa da pandemia da covid-19, prevê que a partir das 19:00 locais de hoje (17:00 em Lisboa) vão existir fortes restrições na movimentação de pessoas naquele país, proibindo especialmente as deslocações entre as cidades israelitas, exceto em casos de emergência ou casos considerados de exceção.

Para evitar que as famílias se juntem no tradicional jantar do Pesaj, na noite de quarta-feira, o governo liderado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, decretou igualmente um recolher obrigatório, que estará em vigor entre a tarde de quarta-feira e a manhã de quinta-feira.

Ninguém poderá estar mais de 100 metros longe das respetivas casas e todas as lojas, incluindo os supermercados, vão encerrar, de acordo com o decreto.

Com estas medidas, as autoridades israelitas pretendem prevenir grandes ajuntamentos de pessoas e celebrações, e evitar situações idênticas àquelas que ocorreram em março durante o feriado judaico Purim (que comemora o resgate do povo judeu pela rainha dos persas Esther) especialmente nos bairros ultraortodoxos, onde foi registada uma propagação de casos de infeção pelo novo coronavírus.

Só poderão circular as pessoas que têm trabalhos considerados essenciais ou que têm de efetuar deslocações por motivos de emergência.

O decreto do governo israelita também define que, a partir do próximo domingo, seja obrigatório que todas pessoas usem uma máscara de proteção individual para cobrir a zona da boca e do nariz.

As crianças com menos de seis anos de idade e pessoas com doenças do foro mental não são abrangidas pela obrigatoriedade do uso de máscara.

Israel regista, até à data, 60 mortes associadas à doença covid-19, em 9.006 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus.

Na segunda-feira, Benjamin Netanyahu já tinha indicado que o executivo israelita ia avançar com estas medidas mais restritivas, mas também admitiu uma possível atenuação das restrições após a Páscoa judaica.

"Existe uma possibilidade realista de que, se a tendência (da doença) continuar assim, gradualmente vamos começar a sair do bloqueio depois da Páscoa", declarou o primeiro-ministro israelita.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.

Dos casos de infeção, mais de 290 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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