"Não deve ser e quem a quiser transformar nessa segunda volta [das legislativas] faz, de facto, um fraco serviço ao país, porque nós temos coisas importantes para discutir", defendeu Rui Rocha aos jornalistas junto ao Tribunal Constitucional, em Lisboa, onde o partido hoje entregou as listas para as eleições europeias de 09 de junho.

Rui Rocha falava em reação ao desafio do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, no domingo, para que PS e Chega aproveitem as eleições europeias para clarificar se querem fazer um "governo alternativo" e "legislar em conjunto".

Também o cabeça de lista da IL, João Cotrim de Figueiredo, que considera "possível eleger mais do que um" deputado liberal, criticou esta transformação das europeias num "segundo episódio das eleições legislativas de março".

"Acho que é um mau serviço à democracia e ao foco destas eleições europeias que o senhor primeiro-ministro faz quando coloca as questões nesses termos", afirmou, assegurando que, para a IL, "as eleições europeias são sobre a Europa".

Para Rui Rocha, "há pouco tempo para discussões de cenários, de táticas, de agendas interessadas e interesseiras", porque Portugal e a Europa estão num caminho de "decadência".

Por outro lado, Rui Rocha acrescentou: "Seria muito preocupante que os debates que se vão fazer sobre a Europa fossem virados apenas para cenários políticos internos e que excluíssem a representação do quarto partido português, que é a IL, e daquele que eu considero que é o melhor candidato a estas eleições, o João Cotrim Figueiredo".

"Eu sei que há partidos que querem esconder o candidato da IL e há partidos que querem esconder o seu próprio candidato", disse, numa referência ao cabeça de lista do Chega, Tânger Corrêa, que não nomeou, dizendo estar a falar de "quem tem um cabeça de lista que tem posições claramente alinhadas com os interesses da Rússia e de Putin".

"Nós não queremos esconder nada, queremos ter a liberdade de discutir, de apresentar as nossas ideias e de apresentar os nossos candidatos. Far-se-ia um fraco serviço à democracia se os debates excluíssem a representação do quarto partido", declarou.

Rui Rocha manifestou a disponibilidade da IL para "fazer debates com todos os partidos que são representativos", considerando "seguramente possível" que se encontre uma fórmula para "fazer debates com partidos que têm representação no Parlamento Europeu e representação significativa no parlamento português".

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