Este foi o primeiro grande acordo de patrocínio no estrangeiro assinado pela Huawei, há quase dez anos.

Em comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), a filial australiana da Huawei justificou a decisão com o "clima empresarial negativo", que teria tido "um impacto maior no fluxo de receitas do que o inicialmente previsto".

A empresa continuará no entanto a estar associada aos Raiders, mantendo os direitos ao nome de um centro de formação em Camberra, que inclui a designação Huawei.

A Austrália foi um dos primeiros países a excluir a Huawei do mercado nacional da rede de quinta geração (5G) no seu território, alegando que as empresas ligadas a governos estrangeiros representavam um risco de segurança.

A desconfiança é alimentada pelo facto de o fundador do grupo, Ren Zhengfei, ser um antigo oficial do Exército de Libertação do Povo Chinês. A Huawei, no entanto, negou quaisquer laços com o Governo chinês.

Os Estados Unidos têm tentado impedir que a Huawei e outros fornecedores chineses dominem o mercado de telecomunicações e a rede 5G, tendo proibido, há um ano e meio, a venda de tecnologia 'made in USA' ao gigante chinês.

A administração Trump também pressionou os seus aliados a banirem os equipamentos da Huawei, acusando o grupo de partilhar dados com os serviços secretos do regime chinês e de colocar a sua tecnologia ao serviço da vigilância dos dissidentes e da repressão de um milhão de uigures.

O Reino Unido já proibiu a compra de novos equipamentos Huawei a partir de 31 de dezembro.

A Huawei foi a empresa que mais telemóveis vendeu, no segundo trimestre de 2020, em todo o mundo, segundo dados divulgados em 30 de julho pela analista de mercados Canalys, que considerou difícil o grupo chinês de telecomunicações manter aquela posição.

As sanções dos Estados Unidos contra a empresa e a campanha internacional lançada por Washington, tentando convencer os seus aliados a excluírem a Huawei das redes 5G, pesaram no entanto nas suas vendas no exterior, que caíram 27%, entre abril e junho.

No entanto, durante o mesmo período, a Huawei vendeu mais 8% na China, onde já controla mais de 70% do mercado de 'smartphones'.

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