A eleição dos 114 deputados ao parlamento, já por três vezes adiada e com meses de atraso, pelos 8,3 milhões de eleitores recenseados, de acordo com os últimos dados da Comissão Nacional de Eleições Independente (CENI), assume um plano secundário face ao outro escrutínio no mesmo dia: o novo texto constitucional, que à luz dos cânones das democracias ocidentais oferece à Guiné-Conacri uma Magna Carta exemplar.
Ensino obrigatório até aos 16 anos, fixação da idade legal para contração de matrimónio nos 18 anos, proibição da mutilação genital, proibição do trabalho escravo e infantil, garantia de direitos iguais às mulheres em caso de divórcio, atribuição às mulheres de, pelo menos, um terço dos lugares parlamentares, abolição da pena de morte e limitação de mandatos presidenciais a um máximo de dois períodos de seis anos são algumas das alterações ao texto fundamental do país.