"Os dados do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) de Cabo Verde apontam para o intensificar da atividade sísmica na ilha Brava e, que caso essa atividade se mantenha, poderemos, eventualmente, vir a ter uma erupção na ilha e nas próximas horas", disse o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha.

O governante falava à imprensa no final de uma reunião com os ministros da Defesa, Luís Filipe Tavares, da Saúde, Arlindo do Rosário, das Infraestruturas, Sara Lopes e da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, e o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) de Cabo Verde, Arlindo Lima, que irão formar o gabinete de crise.

O ministro indicou que os epicentros dos tremores de terra estão localizados no interior da ilha da Brava, nas encostas das localidades de Cova Joana e Benfica, a cerca de dois quilómetros de profundidade.

"Com base nesses dados, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, decidiu pela criação de um gabinete de crise, que irá acompanhar o evoluir da situação de hora em hora e tomar todas as medidas que se impuseram", prosseguiu Paulo Rocha.

E tendo em conta os diferentes eventos sísmicos, Paulo Rocha admitiu como "provável" uma erupção vulcânica na também conhecida como ilha das Flores, a mais pequena e a mais a sul do arquipélago cabo-verdiano, que começou a registar sismos segunda-feira à noite.

Por precaução, continuou o governante, decidiu-se pela evacuação de cerca de 300 pessoas da localidade de Cova Joana, que já se encontram alojadas em escolas em outras localidades mais seguras.

O ministro recomendou calma, tranquilidade e estreita colaboração das pessoas com as autoridades locais, que se encontram reunidas para definir os próximos passos a dar na ilha da Brava, vizinha da ilha do Fogo, que registou uma erupção vulcânica em setembro de 2014 até fevereiro de 2015, com inúmeros estragos, mas sem registo de vítimas.

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