"Pedimos [às autoridades] que localizem o senhor Rizwan Adatia. O povo moçambicano precisa dele", disse à Lusa Rosi Pereira, uma das coordenadoras de projetos na Rizwan Adatia Foundation, exprimindo o sentimento dos funcionários da instituição.

Rosi Pereira falava à margem de uma iniciativa no Centro de Apoio à Velhice, onde a fundação trabalha em coordenação com as autoridades moçambicanas no apoio a um grupo de idosos vulneráveis.

Rizwan Adatia, natural da cidade costeira indiana de Porbandar, foi raptado em 30 de março na Matola, arredores de Maputo, capital de Moçambique.

A Lusa contactou hoje o chefe do departamento de relações públicas do comando geral da Polícia da República de Moçambique na província de Maputo, Juarce Martins, que disse que as autoridades continuam a investigar o caso.

"Não temos ainda qualquer novidade. Abrimos várias linhas operativas e continuamos a investigar o caso", declarou.

Rizwan Adatia circulava durante o dia numa via na zona do Bairro do Fomento, quando a sua viatura foi bloqueada junto a um semáforo, relataram testemunhas ouvidas pela polícia.

Depois de ter sido bloqueado, um dos quatro raptores apontou-lhe uma arma de fogo, obrigando-o a sair da sua viatura.

A Rizwan Adatia Foundation é uma organização sem fins lucrativos focada na redução de desigualdade na educação, saúde e desenvolvimento económico em comunidades da Ásia e África.

Apesar do rapto do dono da fundação, em Maputo, a entidade continua com atividades de apoio a pessoas desfavorecidas.

"Continuamos com as atividades de apoio porque esta foi sempre a vontade dele: ajudar ao próximo. Mas estamos tristes", lamentou Rosi Pereira.

A fundação de Rizwan Adatia participa em 18 parcerias estratégicas que beneficiam 740.700 pessoas em África e na Ásia.

Além da fundação, Rizwan Adatia lidera o grupo Cogef, sediado em Maputo, com 35 supermercados grossistas (cash&carry), 190 lojas, quatro unidades industriais e mais de 3.500 funcionários em nove países africanos.

Desde o início de 2020, as autoridades moçambicanas registaram cinco raptos, cujas vítimas eram empresários ou seus familiares.

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