O Ministério da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde divulgou que o apoio será concretizado ao abrigo de um protocolo assinado na terça-feira pelo ministro Gilberto Silva e pela representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, que disse que projeto visa também sensibilizar os principais interessados sobre a relação entre a qualidade da água e segurança alimentar desde o campo até à mesa ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

A representante da FAO referiu ainda que os projetos-pilotos serão orientados para o desenvolvimento das capacidades institucionais aprofundadas em tecnologias baseada em evidências, tais como técnicas de sequenciamento completo do genoma e de modelação hidrológica para aumentar a capacidade de avaliação do risco na identificação e rastreio de patógenos transportados pela água.

Por sua vez, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, salientou que este projeto internacional vai reforçar fortemente a capacidade de gestão da água para agricultura, num ambiente de escassez, de aridez, auxiliando também no controlo da qualidade de água e melhorar a capacidade laboratorial e os procedimentos a nível da qualidade de água para a agricultura.

Das metas a atingir, o ministro elencou a necessidade de assegurar a economia circular de água, reforçar o nexos água-energia, de acordo com plano de transição energética do país, aumentar a capacidade de produção de água e melhorar toda a prática de distribuição e da qualidade de água.

"Pretendemos reforçar toda a organização da classe produtiva no sentido de se ter cadeias de valor devidamente organizadas e com certificação dos produtos e melhor fornecimento do mercado, dando continuidade ao processo da reutilização das águas residuais tratadas, e assegurar que esta água seja de qualidade para não contaminar os produtos e assegurar que tenham uma boa qualidade", disse o ministro.

O projeto, que abrange todas as ilhas de Cabo Verde, terá a duração de quatro anos e está orçado em um milhão de dólares (885 mil euros).

A parceria entre a FAO e Cabo Verde foi estabelecida em 1976, com assistência técnica e operacional que abrange os setores da alimentação e agricultura, incluindo a comunicação para o desenvolvimento e reforço institucional.

As primeiras intervenções centraram-se, principalmente, na assistência de emergência, escreve a FAO na sua página oficial.

Desde então, prosseguiu a mesma fonte, tem havido uma mudança em prol das intervenções de desenvolvimento a longo prazo, e um maior foco na segurança alimentar e nutricional, no aumento da produção e produtividade agrícolas, na melhor gestão da terra e no desenvolvimento da cadeia de valor.

Até 2019, FAO tinha 42 projetos em Cabo Verde, cobrindo uma ampla gama de áreas, incluindo cooperação técnica e assistência de emergência.

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