O jogador, atualmente a alinhar, por empréstimo do Benfica, nos ingleses do Nottingham Forest, afirmou estar preocupado com a proliferação de diretos na rede social Facebook em que, disse, "mais do que qualquer coisa só se nota a desunião" entre os guineenses.

"Anda todo o mundo focado nas guerras políticas através de diretos no Facebook. Diretos a defender este ou aquele partido, ou ainda este ou aquele líder político, deixando de lado o desenvolvimento pessoal e o próprio país", sublinhou Semedo, em confinamento social em Lisboa, devido à covid-19.

O jogador, contactado pela Lusa por telefone, disse ser normal as lutas entre políticos para a liderança do país, mas já não acha certo que os jovens "façam dessas lutas as suas prioridades", observou.

Para Alfa Semedo, o clima de hostilidade que se vive entre os guineenses, só atrasa o país, o que é "prejudicial para o futuro dos próprios jovens".

O jogador, de 22 anos, notou que "o mais grave é quando se vê que a palavra unidade deixou de existir" na Guiné-Bissau, situação para a qual quer chamar a atenção, aproveitando-se do seu estatuto de figura pública.

"O país tem problemas sérios. Olha a situação da Saúde, só temos um único hospital com alguma qualidade, olha a Educação", exemplificou Semedo.

Aos jovens futebolistas, Alfa Semedo exortou-os no sentido de se focarem nos seus objetivos pessoas, ainda que compreenda ser "muito difícil" praticar desporto em condições na Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau passa por mais uma crise política motivada por divisões entre os partidos representados no parlamento, onde se discute sobre de que lado está a maioria de deputados que apoiam o Governo.

O país ainda aguarda por um veredito do Supremo Tribunal de Justiça sobre um recurso interposto naquela instância por Domingos Simões Pereira, candidato que não concordou com a forma como foi declarado derrotado, pela Comissão Eleitoral, nas presidenciais de dezembro passado.

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