
Num decreto a que a Lusa teve acesso, o chefe de Estado justifica a medida com a "necessidade de continuar a reforçar as medidas de combate à covid-19 e limitar o contágio".
A decisão foi tomada na sequência de uma reunião que decorreu hoje, no palácio presidencial, e que teve a presença de alguns membros do governo, do Procurador Geral da República (PGR) e de representantes das ordens profissionais do ramo da saúde.
Na reunião foi feito um balanço do impacto das medidas de prevenção adotadas no âmbito do estado de emergência, do seu grau de cumprimento, dos preparativos em curso para se enfrentar a pandemia, bem como da medidas económicas e financeiras que o governo pretende tomar para mitigar os efeitos causados pelas medidas de prevenção.
O encontro concluiu que "a evolução preocupante" da situação epidemiológica da covid-19 no arquipélago obrigou à prorrogação do estado de emergência por mais 15 dias com vista "a conter a propagação do vírus".
"Nesta data, continuam válidos todos os pressupostos que suscitaram a declaração do estado de emergência", lê-se no decreto.
Numa mensagem hoje à nação, o Presidente Evaristo Carvalho lembrou que há 45 dias, quando instaurou o estado de emergência, São Tomé e Príncipe "ainda não contava um caso confirmado de contaminação".
"Apesar disso, para evitar a disseminação do vírus no país, o governo tomou algumas medidas restritivas, algumas das quais bem gravosas", disse o chefe de Estado, lembrando que apelou "ao estrito cumprimento dessas medidas".
Atualmente, o país conta com 18 casos de infeção por covid-19 e um óbito, tendo, por isso, o chefe de estado renovado, e de "forma vigorosa", o apelo para "se redobrarem as precauções, tomarem as medidas de distanciamento social e outras decididas pelo governo".
Ainda numa referência à prorrogação do estado de emergência, Evaristo Carvalho pediu "mais esse sacrifício" à população, justificando que "está em causa a integridade física dos cidadãos".
"Se deixarmos o vírus propagar-se livremente, poderemos vir a ter situações dramáticas dentro de um a dois meses", advertiu o presidente de São Tomé e Príncipe, sublinhando a necessidade de "evitar a todo o custo que isso aconteça".
O governante lamentou que, "infelizmente", muitos dos seus concidadãos "ainda não acreditam na presença da doença no país".
"Muitos pensam que tudo isso é uma história, porque não há muita gente a morrer no país", referiu Evaristo Carvalho, advertindo que "não há muita gente doente nem muita gente a morrer, mas há pessoas hospitalizadas em sofrimento e, quem sabe, umas tantas pessoas doentes em casa que não tenham sido levadas aos centros de saúde".
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Lusa/fim