A Comissão Eleitoral da Índia anulou os resultados em 11 dos quase três mil assembleias de voto em Manipur, depois de, na sexta-feira, homens armados terem danificado as máquinas eleitorais em pelo menos seis, durante a primeira de sete fases das eleições gerais indianas.

Manipur tem sido palco de violência entre os dois grupos étnicos dominantes do estado desde maio do ano passado. Cerca de 200 pessoas foram mortas e mais de 60 mil deslocadas, sobretudo devido a multidões que têm invadido aldeias e incendiado casas.

A tensão eclodiu quando os Kukis, cristãos, protestaram contra uma exigência dos Meiteis, de maioria hindu, por um estatuto especial que lhes permitiria comprar terras em colinas habitadas por Kukis e outros grupos tribais.

Os confrontos persistiram apesar da presença do exército em Manipur, um estado de 3,7 milhões de habitantes situado nas montanhas, na fronteira da Índia com Myanmar (antiga Birmânia).

Na sexta-feira, o principal partido da oposição, o Congresso, alegou que a votação estava a ser afetada por fraudes em Manipur e exigiu uma nova votação em 47 assembleias.

Apesar dos confrontos, o estado teve uma participação eleitoral de 72%.

A primeira fase das eleições gerais na Índia terminou com uma descida de participação num dos principais bastiões da oposição ao primeiro-ministro e recandidato Narendra Modi.

Mais de 160 milhões de pessoas em cerca de 20 estados indianos estavam inscritas para votar na fase inicial, que terminou com uma afluência pouco superior a 60%, de acordo com estimativas da Comissão Eleitoral da Índia. Nas últimas eleições, em 2019, a taxa de participação ultrapassou os 67%.

A vitória do atual primeiro-ministro, que procura um terceiro mandato, é tida como certa por muitos observadores.

A próxima fase vai decorrer na sexta-feira, em 89 círculos eleitorais parlamentares em 13 estados (incluindo Manipur), seguindo-se mais cinco nos dias 07, 13, 20, 25 de maio e 01 de junho, num total de 44 dias, envolvendo mais de 960 milhões de eleitores, protagonizando o maior processo eleitoral do planeta.

A contagem dos votos está marcada para 04 de junho.

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