"O trabalho de transformação da floresta, a gestão florestal, a conclusão do cadastro e a aposta na alteração da paisagem - é aqui que está o grande desafio que não é no verão que é desenvolvido, mas que convém falar agora para não ser esquecido ao longo do ano", afirmou Eduardo Cabrita.

O ministro da Administração Interna (MAI) falava aos jornalistas em Sobreira Formosa, Proença-a-Nova, depois de o incêndio que começou neste concelho no domingo e que se alastrou a Oleiros e Castelo Branco ter sido dado como dominado hoje de manhã.

Eduardo Cabrita apontou para os exemplos da Austrália e do "drama" na costa ocidental dos Estados Unidos para mostrar como é fundamental "ações de prevenção" dos incêndios.

"Conseguimos reduzir o número de ocorrências. É o terceiro ano em que o número de ocorrências é cerca de 50% inferior à média dos últimos dez anos. Este ano, as condições meteorológicas determinaram que ocorrências de dimensão e de risco potencialmente muito significativo acontecessem", constatou.

O ministro recordou que o incêndio que deflagrou em Proença-a-Nova foi o 11.º fogo deste ano com mais de mil hectares ardidos, tendo sido na região do Pinhal Interior que se registaram os dois maiores incêndios do ano, até ao momento.

"Há menos ocorrências, mas com um nível de dificuldade muito significativo", realçou.

Apesar disso, Eduardo Cabrita salientou que o trabalho preventivo já começa a dar alguns frutos, sendo notório, em determinados casos, que o incêndio contornou povoações que tinham zonas de proteção definidas.

"2017 fez toda a diferença na sociedade portuguesa. O trabalho tem vindo a ser feito intensamente. A criação de redes [no dispositivo de combate] e a interligação das entidades produzem efeitos mais depressa. As alterações nas características económicas destas regiões e na floresta exigem um esforço que leva mais anos a concretizar e que só produzem efeitos a uma maior distância", disse.

O incêndio que começou em Proença-a-Nova foi dado como dominado hoje por volta das 09:00, afirmou à agência Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco.

De acordo com o Governo, terão ardido entre 15 a 16 mil hectares.

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