"Sem se travar as hostilidades e os ataques que estão no terreno, a resposta manifestamente desproporcionada que está a ser dada em Gaza e que se agravou de modo catastrófico a partir de março, com o fim do cessar-fogo, não é possível avançar na solução dos dois Estados", afirmou Paulo Rangel, que participou hoje na reunião do chamado Grupo de Madrid. 

O encontro de hoje foi promovido pelo Governo espanhol para debater os passos para a solução dos dois Estados - Israel e Palestina.

Da reunião de hoje, a primeira em que Portugal participou, o "grande grito" que sai é "que se parem as hostilidades o mais depressa possível e que a comunidade internacional possa pressionar o Governo de Israel a abrir as fronteiras para ajuda humanitária no quadro de um cessar-fogo que possa dar depois origem a um novo capítulo".

Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros português, "para se criar essa confiança, é fundamental (...) criar um clima que possa depois levar a dar os passos que são necessários para a Autoridade Palestiniana tomar conta do Governo da Faixa de Gaza, juntamente com a Cisjordânia, e para começar o processo de reconstrução, com o grande apoio da Liga Árabe e o plano árabe que está a ser trabalhado com todos esses passos e com as questões que vão dar depois as garantias de segurança ao Estado de Israel e ao futuro Estado palestiniano". 

Este processo, argumentou, "depende neste momento da urgência de parar as hostilidades, de parar os ataques de tipo militar, de fazer entrar em termos massivos a ajuda humanitária, porque a situação é desesperada". 

Rangel advertiu que, "neste momento, existe, de facto, um risco sério de a fome ter consequências ainda mais devastadoras do que aquela que os ataques militares já têm tido".

 

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