
De acordo com uma investigação dos jornais El País (Espanha) e The Guardian (Reino Unido), o telemóvel de Roger Torrent foi atacado em 2019 pelo Pegasus, um programa de espionagem desenvolvido pela empresa israelita NSO que só pode ser adquirido por governos e forças de segurança, para combater o crime e o terrorismo.
O presidente do parlamento catalão exigiu ao Governo espanhol que "investigasse e se apurassem responsabilidades", numa declaração institucional feita a partir do seu gabinete.
Torrent considerou ainda que este assunto é "muito sério" e que serve para confirmar que no Estado espanhol se pratica "espionagem contra dissidentes políticos".
A Catalunha tem um forte movimento independentista que desde 2015 tem uma maioria no parlamento regional e é responsável pelo Governo da comunidade autónoma.
Uma tentativa unilateral para organizar um referendo sobre a autodeterminação da região, em 2017, foi considerada ilegal pela Justiça espanhola e os principais responsáveis pela iniciativa foram julgados em Madrid a penas de prisão que ainda estão a cumprir.
Os separatistas aproveitam todas as oportunidades para atacar o Estado central, em Madrid, e consideram que os detidos nesse processo são "presos políticos".
O responsável mais importante e conhecido do movimento independentista, Carles Puigdemont, está refugiado na Bélgica, onde conseguiu ser eleito para o Parlamento Europeu.
FPB // EL
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