Segundo o relatório e contas de 2019 do Banco de Cabo Verde, concluído no final de julho e ao qual a Lusa teve hoje acesso, esse crescimento é justificado pela "emissão monetária", a qual resultou da troca de notas retiradas de circulação de valor facial de 200 e 2.000 escudos, de emissão de 2005 e 1999, respetivamente, mas também "da dinâmica da atividade económica".

No final de 2019, as notas representavam 94,35% do dinheiro em circulação física em Cabo Verde, enquanto o peso das moedas era de 5,65%.

Enquanto autoridade monetária e banco emissor, o Banco de Cabo Verde tem como função emitir e colocar em circulação notas e moedas metálicas do escudo cabo-verdiano, com curso legal e poder liberatório, incluindo as comemorativas.

Só com a emissão da nova família de notas de escudo cabo-verdiano e destruição das antigas, o banco central gastou no último ano 40,4 milhões de escudos (cerca de 366 mil euros), um aumento de 7,3% face a 2018.

O BCV refere no relatório e contas de 2019 que, em termos de fluxos, durante o último ano foram emitidas e colocadas em circulação 6,7 milhões de notas, no valor de 7.163 milhões de escudos (65 milhões de euros). Deste total, as denominações de 1.000 e 2.000 escudos representaram, em conjunto, 68,7 por cento do volume emitido e 87,9 por cento do valor da emissão.

"As notas depositadas na tesouraria do BCV são conferidas, individualmente, para se aferir a sua genuinidade e qualidade. Em 2019, na sequência da avaliação, por não observarem os critérios de qualidade para retornarem à posse do público, foram retiradas da circulação 7,5 milhões de notas, no valor de 8.349 milhões de escudos [75,5 milhões de euros]", lê-se no relatório.

Das notas retiradas de circulação, 27,3% eram de 200 e 500 escudos, 47% de 1.000 escudos e 24,7% de 2.000 escudos.

De acordo com o relatório e contas da instituição, o BCV apresentou um resultado positivo de 193,3 milhões de escudos (1,75 milhão de euros) em 2019, um crescimento de 86,35% face ao ano anterior.

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