Na quinta-feira à noite, pastores invadiram a aldeia de Ukohol, a oito quilómetros da capital do Estado Makurdi e mataram a tiro 18 pessoas num mercado, incluindo mulheres e crianças, disse Nathaniel Ikyur, porta-voz do governador do Estado de Benue.

"Os pastores Fulani atacaram a aldeia por volta das 20:00 de quinta-feira, onde abriram fogo e mataram 18 pessoas no mercado", disse Ikyur.

"Este massacre é o último ataque não provocado pelos pastores Fulani que se esgueiram do vizinho Estado de Nasarawa, onde mantêm campos nas comunidades na fronteira com Benue", acrescentou.

Dezenas de aldeões foram feridos no ataque e levados para um hospital governamental em Markurdi, enquanto centenas de residentes fugiram da aldeia para a comunidade vizinha de Guma, disse Ikyur.

Segundo o porta-voz, os pastores intensificaram os ataques às comunidades de Benue nos últimos meses, encorajando um êxodo de residentes para cidades mais afastadas da fronteira, onde muitos nigerianos já estão a fugir das piores inundações numa década, no país mais populoso de África.

"Isto está a aumentar a pressão sobre os campos para pessoas deslocadas pelas cheias e a tornar a resposta humanitária do Governo mais difícil", insistiu Ikyur.

Os litígios de terras, pastagens e direitos de água entre pastores e agricultores são comuns no centro e noroeste da Nigéria.

As tensões, que datam de há mais de um século, têm sido causadas por secas, crescimento populacional, expansão da agricultura estabelecida e má governação.

Nos últimos anos, estes conflitos assumiram por vezes uma dimensão étnica e religiosa, sendo os pastores Fulani muçulmanos e os agricultores predominantemente cristãos.

No mês passado, os pastores Fulani abriram fogo indiscriminadamente na aldeia de Gbeji, matando 18 pessoas, de acordo com funcionários de Benue.

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