
"A nossa equipa está preparada desde há meses, mas até agora não possui as mínimas garantias de segurança para efetuar essas visitas", assinalou a organização em comunicado.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) referiu que as dificuldades que enfrenta demonstram "o inaceitável facto de que a Cruz Vermelha ainda não tem acesso sem entraves a todos os prisioneiros de guerra neste conflito", apesar de as duas partes deverem garanti-lo devido às Convenções de Genebra.
Na sexta-feira, o Governo ucraniano exigiu ao CICV o envio de uma missão -- com ou sem autorização russa -- à prisão de Olenivka, onde em meados de junho morrerem mais de 50 soldados ucranianos devido a bombardeamentos, segundo a versão de Kiev.
Pouco antes, a atividade do CICV tinha sido criticado pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que na sua página oficial assegurou que a organização centenária "não é um clube de privilegiados que são pagos e desfrutam da vida", por "terem obrigações, principalmente de caráter moral".
No comunicado hoje divulgado, o CICV considerou que "ao sermos considerados culpados por não garantirmos o acesso total e imediato não ajuda os prisioneiros de guerra nem as suas famílias" e sublinhou que são os Estados em guerra que podem desempenhar uma função na melhoria da situação, autorizando a entrada da organização nas prisões.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, desencadeando uma guerra que mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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