
De acordo com as Perspetivas Económicas Regionais, o relatório anual do BAD sobre as economias africanas, "os efeitos da pandemia de covid-19 e o confinamento podem reduzir o crescimento económico de Moçambique para 1,5% e originar uma recessão de 2% se a pandemia durar até dezembro".
No documento, que revê em baixa as estimativas iniciais de janeiro, o BAD alerta que as necessidades de financiamento de Moçambique triplicaram, o que origina um défice das contas públicas que pode chegar aos 8,2% se a pandemia se prolongar até final do ano.
"O défice iria alargar-se para 8,2% do PIB em 2020, contra os 4,5% inicialmente previstos no orçamento, e mesmo num cenário base mais conservador, o défice será mais do triplo do que os 2,2% registados em 2019", aponta-se no documento, que salienta que "o impacto nas receitas vem principalmente da descida das receitas provenientes das exportações e do abrandamento originado pelo fecho de estabelecimentos comerciais e limitações de transporte durante o confinamento".
África passou na quarta-feira o meio milhão de casos de covid-19 e o número de mortos subiu para 11.955, mais 333 nas últimas 24 horas, segundo os dados mais recentes sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infetados subiu para 508.086, mais 16.336 nas últimas 24 horas, enquanto o número de recuperados era, na quarta-feira, de 245.068, mais 8.702.
Moçambique conta 1.040 infetados e oito mortos.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 545 mil mortos e infetou mais de 11,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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