"O Conselho Nacional de Defesa e Segurança saudou o desempenho e o sentido patriótico da Força Local na província de Cabo Delgado", indica um comunicado da Presidência moçambicana, após uma reunião do órgão em Maputo.

A designada força local, composta maioritariamente por antigos combatentes da luta de libertação contra o regime colonial português, tem sido um aliado das forças governamentais que combatem a insurgência no norte de Moçambique, com a vantagem de ser integrada por antigos guerrilheiros locais e que conhecem a geografia da região afetada pelo conflito.

A força local obedece ao comando das Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique e é apoiada pelo Ministério da Defesa, sendo de adesão voluntária por parte de ex-combatentes que ainda se sentem em condições de voltar a lutar contra os rebeldes que aterrorizam o norte de Moçambique.

Para o Conselho Nacional de Defesa e Segurança, o desempenho da força local tem concorrido para "melhoria da segurança das populações nos distritos afetados pelo terrorismo".

"O Conselho Nacional de Defesa e Segurança encorajou as Forças de Defesa e Segurança e seus parceiros a envidarem mais esforços no sentido de garantir a manutenção da paz e segurança das populações e seus bens", refere-se no documento, que destaca também os resultados da operação que culminou com o assalto à principal base dos insurgentes, designada Catupa, em Macomia, no fim do mês passado.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural e tem sido aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.

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