De acordo com a informação do documento, no ano passado foram apoiadas mais 73 pessoas do que em 2019, tendo sido distribuídas 180 mil refeições em 2020, mais 42 mil do que no ano anterior.

"Para além da distribuição das ceias e do estabelecimento de uma relação de confiança, as equipas voluntárias de rua realizaram 92 sinalizações e 497 encaminhamentos", lê-se no documento.

Especificamente a equipa técnica de rua de Lisboa acompanhou 310 pessoas, sobretudo com problemas de saúde ou mentais (86), mas também toxicodependência (41) ou alcoolismo (51), tendo reencaminhado 132 pessoas para outro tipo de respostas de modo a terem um acompanhamento mais adequado.

As comunidades terapêuticas, por outro lado, tiveram 210 utentes, entre 91 novas admissões além de 55 pessoas que conseguiram concluir o processo com sucesso.

A Comunidade Vida e Paz tem, por outro lado, cinco apartamentos para apoiar a reinserção das pessoa sem-abrigo após os programas de reabilitação e reinserção, além de três apartamentos para alojamento temporário e uma residência que integra a rede nacional de cuidados continuados em saúde mental.

"Em 2020, beneficiaram destas respostas 69 pessoas, sendo que 35 corresponderam a novas admissões. Tiveram alta programa 23 pessoas e sete tiveram alta não programada", refere o relatório.

A Comunidade Vida e Paz tem um programa de Apoio a Famílias Carenciadas, através do qual distribui refeições e outros bens alimentares, além da satisfação de outras necessidades básicas, tendo apoiado 26 famílias, no total de 111 pessoas, entre 78 adultos e 33 crianças.

Entre as famílias apoiadas, 50% eram agregados monoparentais e 25% famílias alargadas com mais de duas gerações a viver na mesma habitação.

"Durante o ano de 2020, sete famílias conseguiram autonomizar-se deixando de necessitar da ajuda da comunidade", revela a organização.

Nos desafios para o futuro, a Comunidade Vida e Paz aponta para a manutenção e alargamento de respostas, nomeadamente ao nível da intervenção de rua, defendendo que é preciso consolidar as respostas em Lisboa, Amadora, Loures e Odivelas e "criar condições para aumentar a intervenção na rua e o acompanhamento às pessoas em situação de sem-abrigo através da criação de uma resposta de acolhimento e alojamento".

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