"Para que as eleições sejam verdadeiramente livres e justas, as mulheres devem ter as mesmas oportunidades que os homens de participar em todos os aspetos do processo eleitoral", disse Carlos Matsinhe, presidente da CNE, durante um seminário sobre "Violência contra as Mulheres nas Eleições" realizado hoje em Maputo.

Segundo o responsável, as mulheres em Moçambique têm sofrido violência eleitoral antes, durante e após o escrutínio, protagonizada, por vezes, por dirigentes dos partidos políticos, trabalhadores das mesas de voto ou dos familiares, situação que reduz a sua representação na esfera política.

"Ao contrário da violência contra as mulheres em outros contextos, a violência contra as mulheres nas eleições raramente é denunciada, nem é dada grande visibilidade", notou Carlos Matsinhe, manifestando preocupação com esta violência.

O presidente da CNE quer investir na capacitação das mulheres para a sua participação efetiva nos processos eleitorais, referindo que se está a trabalhar para a "eliminação de práticas sociais e culturais nocivas" que as limitam.

"A participação igualitária das mulheres é essencial para a realização de eleições democráticas", frisou.

Dos mais de 100 cabeças-de-lista aprovados em julho pelos dois maiores partidos moçambicanos que vão concorrer às eleições autárquicas de 11 outubro próximo, apenas sete eram mulheres, segundo as listas da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além de eleições autárquicas prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a votação para o novo Presidente da República.

Mais de 11.500 candidatos, de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos foram admitidos pela CNE às autárquicas de outubro, para as quais estão inscritos mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos, abaixo da projeção inicial, de 9,8 milhões de votantes.

Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam às 53 já existentes.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove - a Renamo em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.

LN/EAC // VM

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