Díli, 19 ago 2020 (Lusa) -- O recrutamento de mais de 100 formadores timorenses para um novo projeto de formação em língua portuguesa em Timor-Leste, financiado pelos governos de Díli e de Lisboa, arrancou esta semana.

Um total de 53 formadores efetivos e 53 suplentes vão ser selecionados no âmbito do concurso lançado terça-feira pelo projeto PRO-Português, resultante de um protocolo entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e o Ministério de Educação, Juventude e Desporto de Timor-Leste.

Quando estiver completa, a equipa total do PRO-Português contará com 86 formadores portugueses e timorenses.

A implementação do projeto tem sido condicionada pela pandemia da covid-19, com um primeiro grupo de 10 docentes portugueses a chegar a Timor-Leste a 14 de março, tendo atuado em teletrabalho.

Nesta primeira fase está em curso a seleção de cinco outros docentes portugueses, prevendo-se que, na segunda fase -- a partir de 2021 -- se juntem ao grupo mais 18 professores de Portugal.

O projeto tem por "objetivo global a contribuição para a consolidação do sistema educativo de Timor-Leste através do apoio ao setor da formação profissional e contínua do pessoal docente do sistema educativo do Ensino Não Superior", segundo a documentação da iniciativa.

"O foco do Projeto é a formação dos professores do sistema de ensino timorense, no domínio da proficiência linguística em Língua Portuguesa", sublinha.

Os potenciais candidatos têm 10 dias para se apresentar tendo de ser cidadãos timorenses, ter no mínimo um bacharelato em língua portuguesa e um domínio da língua portuguesa equiparado ao nível de proficiência B2.

Sucedâneo do programa Formar Mais -- ainda que com contornos diferentes -- e acordado por Portugal e Timor-Leste em setembro do ano passado, o programa está orçado em 16,28 milhões de euros até 2022.

O projeto está a ser implementado de forma conjunta pelo Camões e pelo Instituto Nacional de Formação de Docentes e Profissionais da Educação (INFORDEP), sendo que a maior fatia do projeto é financiada pelo Governo timorense, cabendo a Portugal o cofinanciamento no valor total de 3,34 milhões de euros durante os seus três anos duração.

Prevê a constituição de uma Bolsa de Formadores Nacionais a nível dos Postos Administrativo e "o reforço das suas competências técnico-científicas, didático-pedagógicas e linguístico-comunicativas para ministrarem Cursos de Língua Portuguesa (níveis A2, B1 e B2) aos docentes de todos os níveis de ensino do sistema educativo do ensino não superior".

Visa ainda reforçar as competências linguístico-comunicativas em Língua Portuguesa de docentes de todos os níveis de ensino, através de cursos de língua portuguesa direcionados para os domínios educativo e profissional (níveis A2, B1 e B2) em regime presencial e de e-learning.

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