"Estamos a pedir socorro, estamos a morrer, já está demais para nós, trabalhadoras de sexo", disse Hermelinda Sueira, aos jornalistas, durante a marcha.

Sueira afirmou que algumas vítimas foram mortas por desconhecidos que as seduziram a deixar a prostituição para empregos supostamente mais bem remunerados.

"Mas quando chegam ao local [do suposto emprego], a história é outra, espancam, violam e assassinam", narrou.

Cheila Davide, uma ativista social, avançou que os homicídios de mulheres são um ataque aos direitos humanos deste segmento da sociedade.

"É triste que isto esteja a acontecer aqui na cidade da Beira. Queremos paz, não é possível circular à vontade", afirmou Davide.

Aquela ativista defendeu a intensificação do policiamento e da vigilância nos bairros da cidade da Beira para o estancamento da violência.

Pelo menos 13 casos de homicídio foram registados nas últimas quatro semanas em Sofala, dos quais nove na Beira, capital provincial, segundo Dércio Chacate, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Chacate anunciou a detenção de vários suspeitos na onda de assassínios que abala a cidade da Beira.

A onda de assassínios, na sua maioria com sinais de violência, que tem sido registada desde outubro na Beira, está a alarmar a população dos bairros precários que circundam a capital provincial.

 

JYJE // VM

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