
Mais de três décadas após terem assassinado os pais, os irmãos Erik e Lyle Menendez estão mais perto de deixar definitivamente a cadeia nos EUA, depois de verem o juiz Michael V. Jesic, da Califórnia, reduzir as suas penas para 50 anos, em vez de prisão perpétua. Esta decisão, que segundo o diário “The New York Times", foi tomada “após um dia de testemunhos de familiares, que afirmaram que os irmãos mudaram as suas vidas dentro da prisão através da educação e de grupos de autoajuda”, abre caminho para os irmãos terem liberdade condicional.
"Achamos que 35 anos são suficientes. A nossa família perdoou-os completamente. Eles merecem uma segunda oportunidade na vida”, disse Anamaria Baralt, prima dos dois irmãos, à saída do tribunal.
O próprio juiz Jesic sublinhou que apesar deste ter sido “um crime absolutamente horrível”, não pôde ficar indiferente ao número de funcionários penitenciários que escreveram cartas a favor dos irmãos. Note-se que Erik e Lyle tentaram recorrer das suas condenações durante muitos anos, mas sempre sem sucesso, até agora.
Esta decisão é uma reviravolta numa saga que ganhou notoriedade mundial depois de um filme e um documentário da Netflix, em 2024. Recorde-se que os irmãos alegaram sempre na sua defesa que foram alvo de abusos sexuais por parte do pai, que a mãe sabia e que os mataram com receio de que eles os matassem primeiro para manter os abusos em segredo. Por seu lado, o Ministério Público norte-americano acusou os dois jovens, então com 18 e 21 anos, de terem morto os pais a tiro para herdarem uma fortuna no valor de 14 milhões de dólares (12,5 milhões de euros).
Agora, resta esperar pela audiência de 14 de junho para saber se os irmãos Menendez conseguem a liberdade condicional, ou se ficam novamente um passo mais próximo.