O velório de Diogo Jota e André Silva decorreu desde a manhã desta sexta-feira, na Capela da Ressurreição, em Gondomar. Ao longo do dia, diversas figuras públicas, entre as quais o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, passaram pelo local para prestar as suas homenagens.

A cerimónia, inicialmente privada, abriu as portas ao público às 16h, permitindo a presença de amigos, admiradores e fãs dos dois jovens futebolistas. A família dos jogadores foi acompanhada por colegas de profissão, dirigentes desportivos e outros entes queridos, que se juntaram para partilhar o luto.

Apesar de a cerimónia ser restrita, houve duas exceções de vulto. Marcelo Rebelo de Sousa, que segue para Cabo Verde esta sexta-feira, esteve presente às 15h, permanecendo no local cerca de 45 minutos, sempre acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo.

Luís Montenegro, também ele impedido de estar presente no funeral devido a compromissos políticos, chegou por volta das 11h. O primeiro-ministro esteve com a família durante cerca de meia hora, demonstrando solidariedade no momento de grande dor.

Centenas quiseram despedir-se dos filhos da terra

A partir das 16h, as portas da Capela da Ressurreição abriram-se para todos os que quiseram prestar homenagem. O anterior presidente da Câmara de Municipal Gondomar, que já havia homenageado Diogo Jota em duas ocasiões, falou em nome da cidade e do concelho, expressando a profunda dor pela perda.

A população de Gondomar, ainda em choque com a morte precoce dos dois irmãos, fez-se presente para prestar a última homenagem aos jogadores naturais da cidade.

A fila para entrar na capela começou a formar-se cerca de uma hora antes da abertura, com dezenas de pessoas aguardando para se despedir de Diogo e André. O ambiente era carregado de emoção, refletindo a dor coletiva de uma comunidade abalada pela tragédia.

Os presentes, apesar do impacto do momento, quiseram fazer a sua homenagem a dois jovens cujo legado, embora curto, deixou uma marca indelével no futebol português.

Também esta sexta-feira, a Assembleia da República prestou uma homenagem a Diogo Jota e André Silva, manifestando pesar pela morte trágica e precoce dos dois jogadores. O Parlamento recordou o impacto que ambos tiveram nas suas comunidades e no desporto nacional.

A dor do mundo do futebol

Emocionadas, várias figuras do futebol lamentaram a morte prematura dos irmãos Silva. Abraçados pela dor, que alguns tentam disfarçar, mas não conseguem, a perda foi sentida de forma profunda por todos que conheceram Diogo e André.

Como Diogo Dalot, procuravam-se respostas para um adeus tão precoce quanto injusto. Com ou sem a bola nos pés, os companheiros, com o olhar perdido, de várias latitudes, dentro e fora dos relvados, recordavam a importância de proteger quem fica.

O luto, acompanhado de uma revolta contida, tornou-se ainda mais palpável. Antes de se tornar o número 20 no Liverpool, Diogo vestiu as camisolas de Paços de Ferreira (nº 18) e FC Porto (nº 19). O irmão André também foi "filho do Dragão", sempre com a paixão e o compromisso que os caracterizavam.

Memórias e despedidas

Ficaram as memórias, que percorrem o trajeto de Inglaterra até Gondomar. Jogadores do Liverpool, como Fabinho, médicos e dirigentes do clube, permaneceram em silêncio, absorvidos pela dor da tragédia.

Os colegas de André Silva no Penafiel também se juntaram à homenagem, recordando a saudade de um jovem com tanto para dar ao futebol e à vida.

A Capela da Ressurreição, em Gondomar, tornou-se pequena para tanto amor e respeito. O dia de despedida dos irmãos Silva ficará marcado para sempre, não só na história do futebol, mas também no coração daqueles que tiveram a sorte de os conhecer.

O funeral de Diogo Jota e André Silva está agendado para este sábado, às 10h, na Igreja Matriz de Gondomar, situada a escassos metros da Capela da Ressurreição. A missa será presidida pelo Bispo do Porto, D. Manuel Linda.