O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o pacote legislativo orçamental que agrega o essencial da agenda do seu segundo mandato, numa cerimónia na Casa Branca no Dia da Independência, abrilhantada pela aviação que recentemente atacou o Irão.

Um dia depois de o pacote legislativo batizado por Trump como a grande e bela lei ser aprovado no Congresso por uma margem estreita, a cerimónia de assinatura decorreu durante o piquenique anual do 4 de Julho na Casa Branca, este ano com uma passagem aérea de dois aviões de combate F-35 escoltando um bombardeiro furtivo B-2 Spirit, aparelhos usados em junho no ataque a instalações nucleares iranianas, e com alguns dos pilotos da missão entre os convidados, juntamente com as suas famílias.

A atmosfera festiva contrasta com as fortes críticas dos democratas aos cortes previstos na lei, sobretudo nas despesas com saúde e assistência alimentar, mas também entre sectores conservadores pelo aumento previsto do endividamento do país.

Logo após a primeira passagem dos aviões, Trump dirigiu algumas palavras aos convidados, fazendo o habitual contraste com a anterior administração de Joe Biden, proclamando que hoje os Estados Unidos voltaram a ter orgulho, dignidade.

Como exemplo deu números recorde de alistamento nas forças militares e de segurança que não detalhou e também o facto de os países da NATO terem decidido na cimeira da semana passada aumentar a sua despesa militar, como Washington vinha exigindo.

A América está a ganhar, a ganhar, a ganhar como nunca, disse Trump, ao lado da primeira-dama, Melania Trump. Promessas feitas, promessas cumpridas, e nós cumprimo-las, sublinhou.

Após uma nova passagem de aviação, o Presidente assinou a grande e bela lei, ladeado por legisladores republicanos e membros do seu gabinete.

Depois de exibir a lei assinada, e visivelmente satisfeito, bateu o martelo que o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, lhe ofereceu e que foi utilizado na aprovação final do projeto de lei na quinta-feira.

O pacote, com um total de quase 900 páginas, foi aprovado com 218 votos a favor (214 contra), tendo dois congressistas republicanos votado contra. Os republicanos detêm atualmente a maioria na Câmara dos Representantes, com 220 lugares, para 212 dos democratas.

O pacote estende os cortes de impostos do primeiro mandato de Trump (2017-2021), promulgando a isenção de impostos sobre gorjetas e horas extraordinárias e baixando impostos para os idosos. Aumenta ainda as despesas com a defesa e o controlo da imigração e reduz programas de assistência como o Medicaid, um seguro de saúde para os cidadãos com rendimentos mais baixos.

Está também prevista uma redução drástica no programa Snap, o principal auxílio alimentar do país, bem como a eliminação de muitos incentivos fiscais para as energias renováveis.