O Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, quer atrair investimentos em linhas de transmissão, em projetos de geração a partir de fontes renováveis, como eólica, solar e hidrogénio verde, além de biocombustíveis e petróleo e gás.
Silveira afirmou, numa entrevista à Efe, que o Brasil tem tudo para ser protagonista global na transição energética, lembrando que o país sul-americano já produz 88% da sua eletricidade com fontes renováveis, principalmente a partir de centrais hidroelétricas.
Um dos principais projetos de investimento promovidos pelo Governo brasileiro é na área da transmissão, na qual prevê angariar 60 mil milhões de reais (cerca de 11,6 mil milhões de euros) nos próximos meses, segundo o responsável de Minas e Energia.
O ministro afirmou que "o Brasil já decidiu que vai fazer uma transição energética segura e inclusiva", mas sublinhou que, para financiar este processo, precisa de continuar a recorrer à exploração petrolífera.
Especificamente, Silveira defendeu os planos da Petrobras, a estatal brasileira de petróleo, de explorar a existência de hidrocarbonetos na bacia marinha da foz do Amazonas, que segundo cálculos preliminares poderia abrigar importantes reservas de petróleo e gás.
Assegurou que o povo brasileiro "tem o direito" de saber a dimensão "do potencial mineral que está enterrado no solo ou no mar, para que possa decidir soberanamente" sobre a sua exploração.
Em maio passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) negou à Petrobras a concessão da licença ambiental necessária para iniciar as perfurações naquela bacia marinha, localizada a cerca de 185 quilómetros da costa do estado amazónico do Amapá.
A Petrobras recorreu dessa decisão e atualmente aguarda nova decisão do órgão regulador ambiental, que manifestou preocupação por se tratar de "uma região sensível" com rica biodiversidade e três áreas protegidas.
Silveira defendeu que o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente devem apontar "todas as condições legais cabíveis e necessárias" para autorizar a exploração de petróleo bruto pela Petrobras, que deve "cumpri-las com total segurança ambiental".
CYR // MLL
Lusa/Fim