Pelo menos 52 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da manhã de sábado devido a ataques aéreros israelitas, avançou a agência de notícias palestiniana Wafa. No sábado à noite, um drone das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) atacou uma empresa familiar no bairro de Al Hakr, em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, matando cinco palestinianos.

Durante a noite, a força aérea israelita lançou também ataques contra comunidades a leste de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, onde vários helicópteros das IDF também abriram fogo. No norte do enclave, foram relatados ataques aéreos e "tiros intensos" por parte das forças israelitas em vários locais, incluindo Beit Lahia e a nordeste de Jabalia.

As autoridades locais e médicas já tinham avançado a morte de pelo menos mais oito pessoas na Cidade de Gaza e mais sete em Rafah, no sul da Faixa, onde cerca de 60 pessoas ficaram também feridas.

Os ataques surgem depois do Ministério da Saúde do Governo do Hamas, na Faixa de Gaza, ter registado 79 mortos na sexta-feira, entre eles nove filhos de uma pediatra, que se encontrava a trabalhar no hospital quando os corpos chegaram.

Segundo o Hamas, a pediatra Alaa al Najjaros encontrava-se a trabalhar no Hospital Nasser em Khan Younis (sul de Gaza) quando os corpos de nove dos seus dez filhos chegaram após terem sido mortos num ataque à sua casa. O marido da pediatra, Hamdi Al Najjar, e o único filho sobrevivente, Adam, ambos gravemente feridos, estão a ser tratados na unidade de cuidados intensivos.

As imagens divulgadas após o ataque pela Quds News Network mostram Hamdi na maca com queimaduras graves. A mais velha das crianças falecidas tinha 12 anos, de acordo com o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, Munir al-Bursh. O vídeo do resgate dos corpos mostra os agentes da Defesa Civil de Gaza e do Crescente Vermelho Palestiniano a retirarem da casa os corpos carbonizados das crianças, um após outro.

"Ela deixou-os para cumprir o seu dever e a sua missão para com todas as crianças que não encontram outro lugar no Hospital Nasser, que está cheio de gritos inocentes e enfraquecido pela doença, pela fome e pelo cansaço", escreveu o médico, Youssef Abu Al Rish, numa nota divulgada hoje pelos serviços de saúde.

Dados atualizados, hoje, pelo Ministério da Saúde elevam para mais de 53.900 o número de pessoas mortas em Gaza desde que Israel lançou uma ofensiva. A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, a 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns.